“Propusemos que entre eles [os países garantes] também esteja a Bielorrússia”, disse Lavrov em conferência de imprensa conjunta, em Moscovo, com o seu homólogo arménio, Ararat Mirzoyan.
“Entre os garantes da segurança, os nossos vizinhos ucranianos gostariam de ver todos os países fronteiriços e outros Estados, incluindo membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Assim, nós propomos que a Bielorrússia esteja entre os países garantes”, assinalou.
O chefe da diplomacia russa disse que pretende entrar em detalhes sobre as negociações com a parte ucraniana, mas assinalou que “não são fáceis”.
“As negociações não são fáceis, mas continuaremos a insistir em que se cumpram todas as perspetivas que se deparam”, disse Lavrov.
Na quinta-feira, o Presidente bielorrusso Alexander Lukashenko afirmou que as negociações sobre o final do conflito na Ucrânia não poderão decorrer “nas costas” da Bielorrússia.
“Gostaria de firmar a nossa posição (…). Não podem decorrer negociações sem a participação da Bielorrússia”, disse o líder autoritário de Minsk.
A Ucrânia não considera a Bielorrússia um país neutral, pelo facto ter sido a partir do território deste país que a Rússia invadiu a Ucrânia. E o estado-maior das Forças Armadas ucranianas não tem excluído nos seus relatórios militares a possibilidade de um ataque a partir de território bielorrusso.
A Bielorrússia tem negado participação direta na campanha militar russa na Ucrânia, apesar das acusações de Kiev.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.626 civis, incluindo 132 crianças, e feriu 2.267, entre os quais 197 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Lusa