O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia classificou hoje as recentes declarações de Biden sobre Putin como “inaceitáveis”.
O Presidente dos Estados Unidos referiu-se, na semana passada, a Putin como um “criminoso de guerra” no âmbito da invasão russa da Ucrânia, utilizando esta expressão pela primeira vez desde o início da invasão.
“É um criminoso de guerra”, atirou, sem mais detalhes, quando respondia a um jornalista à saída de um evento dedicado à luta contra a violência doméstica, que decorreu na Casa Branca.
A porta-voz da presidência norte-americana, Jen Psaki, esclareceu, entretanto, que Biden tinha falado “com o coração” depois de ter visto imagens das “ações bárbaras de um ditador brutal”.
Jen Psaki acrescentou que continua em andamento um “procedimento legal no Departamento de Estado” relativo à qualificação legal de “crimes de guerra” cometidos pela Rússia na Ucrânia.
Até então, nenhum governante norte-americano tinha utilizado publicamente os termos “criminoso de guerra” ou “crimes de guerra”, ao contrário de outros Estados ou organizações internacionais.
No encontro com o embaixador dos EUA em Moscovo, John Sullivan, “foi sublinhado que declarações como essas do Presidente norte-americano são indignas de uma figura estatal de tão alto nível e colocam as relações russo-americanas à beira de uma rutura”, referiu o ministério russo.
A Rússia lançou, a 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia, depois de meses a concentrar militares e armamento na fronteira com a justificação de estar a preparar exercícios.
A guerra já matou pelo menos quase mil civis e feriu cerca de 1.500, incluindo mais de 170 crianças, de acordo com as Nações Unidas. Além disso, o conflito provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas das suas casas, entre as quais mais de 3,3 milhões para os países vizinhos.
Segundo a ONU, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Lusa