A informação é avançada num breve comunicado do Ministério da Defesa da Rússia, citado pela agência Efe, embora sem detalhes sobre a acusação.
Segundo o comunicado, Serguei Shoigu falou hoje, em separado, com os seus homólogos francês e turco, Sébastien Lecornu e Hulusi Akar, respetivamente.
"A situação na Ucrânia, que tem uma tendência constante para uma escalada ainda mais descontrolada, foi discutida", disse a instituição militar russa sobre a conversa com Lecornu.
Segundo a agência espanhola Efe, o ministro da Defesa russo transmitiu a ambos os ministros "a sua preocupação com possíveis provocações por parte da Ucrânia com o uso de uma ‘bomba suja’", referindo-se a engenhos explosivos capazes de dispersar elementos radioativos.
A agência de notícias oficial russa RIA Novosti disse hoje que, de acordo com "fontes credíveis em vários países, incluindo a Ucrânia", Kiev estaria a preparar uma intervenção com uma "bomba suja" no seu próprio território para culpar a Rússia pelo uso de armas de destruição maciça e gerar uma resposta dura do Ocidente.
A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados das Nações Unidas, que classificam esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa – justificada pelo Presidente Putin com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.