“Submarinos da Frota do Pacífico dispararam mísseis de cruzeiro ‘Kalibr’ contra falsos navios inimigos”, disse o ministério russo numa declaração citada pela agência francesa AFP.
O ministério liderado por Serguei Shoigu precisou que participaram nas manobras os submarinos “Petropavlovsk-Kamchatsky” e “Volkhov”.
“Dispararam mísseis de cruzeiro a partir de uma posição submersa no Mar do Japão e atingiram com sucesso o alvo”, afirmou.
O ministério divulgou um vídeo em que se vê os mísseis a sair da água e a deixar um rasto de fumo cinzento, enquanto os marinheiros comunicam por rádio.
Estes exercícios de guerra surgem no meio de elevada tensão entre a Rússia e o Japão, que anunciou um embargo ao carvão russo em resposta à invasão da Ucrânia.
O Japão, um aliado dos Estados Unidos, não assinou um tratado de paz com a Rússia no final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, devido à disputa sobre quatro pequenas ilhas no arquipélago das Curilhas, vizinhas da prefeitura japonesa de Hokkaido.
Estas ilhas foram tomadas pelo exército soviético nos últimos dias do conflito e nunca foram devolvidas a Tóquio, que lhes chama Territórios do Norte.
Na sequência da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro, o Japão juntou-se aos aliados na imposição de sanções económicas contra interesses da Rússia, incluindo o Presidente russo, Vladimir Putin.
Em retaliação, a Rússia suspendeu as negociações do tratado de paz que os dois países tinham concordado realizar em 2018, depois de anos de aproximação.
Numa declaração divulgada em 22 de março, o Governo de Tóquio qualificou a suspensão das negociações como uma decisão “extremamente irracional e totalmente inaceitável”.
A guerra na Ucrânia entrou hoje no 50.º dia, mas desconhece-se o número exato de baixas civis e militares, que diversas fontes admitem que será consideravelmente elevado.
Lusa