Segundo as estatísticas, 13.200 chegaram através do sistema de imigração de reagrupamento familiar, porque têm familiares residentes em território britânico, enquanto os restantes foram patrocinados por cidadãos dispostos a recebê-los nas casas deles.
O Executivo britânico, um dos poucos que exige visto para refugiados da invasão russa, recebeu um total de 94.700 pedidos de visto, dos quais 56.500 foram aprovados até o momento.
Das 55.600 inscrições para o programa “Homes for Ukraine” [Casas para a Ucrânia], menos de metade, 25.100, foram aprovadas, enquanto dos 39.100 candidatos ao sistema de reagrupamento familiar, 31.400 foram aceites.
O Governo prometeu pagar às famílias hospedeiras 350 libras (422 euros) por mês para acolher refugiados durante pelo menos seis meses, o que atraiu mais de 200.000 interessados.
O esquema de apadrinhamento por parte dos britânicos foi lançado após se constatar que a via de migração convencional era insuficiente, mas atraiu críticas por o processo ser lento e burocrático tanto para anfitriões como para refugiados.
A imprensa britânica refere formulários de 50 páginas, dificultando a viagem de crianças menores, e a obrigatoriedade de viajar até um centro de processamento para apresentar os dados biométricos caso os candidatos não possuam passaporte.
A ministra do Interior Priti Patel, apresentou desculpas pelo atraso, alegando problemas com a abertura de um novo sistema, cujo funcionamento está também a causar preocupação ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR, UNHCR na sigla em inglês).
A agência disse ter conhecimento de "relatos crescentes" de mulheres refugiadas em risco de serem entregues a “padrinhos" masculinos, acrescentando que mulheres e mães com filhos devem ficar com casais ou famílias, em vez de homens solteiros.
"O ACNUR destaca a necessidade de salvaguardas adequadas e medidas de verificação contra abusos, bem como apoio adequado aos patrocinadores. O arranjo feito sem a devida supervisão pode levar ao aumento dos riscos que as mulheres podem enfrentar, além do trauma de deslocação, separação familiar e violência já vivida”, enfatizou.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 4,5 milhões das quais para os países vizinhos.
A Polónia continua a ser o país que mais refugiados recebe, com cerca de 2,6 milhões, seguida da Roménia, com mais de 700 mil.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.