“A União Europeia sabe que o resto do mundo olha para o modo como a Comissão se comporta” e, “se os contratos e os compromissos são rompidos, seria muito prejudicial para um bloco comercial que se orgulha de [respeitar] a lei”, afirmou hoje Ben Wallace ao canal televisivo SkyNews.
O governante britânico considerou ainda que o bloqueio “seria contraprodutivo”, destacando a natureza colaborativa da produção de vacinas, que implica vários países, explica a agência de notícias francesa AFP.
A concretização da ameaça de Ursula von der Leyen “comprometeria, não apenas as hipóteses de os seus cidadãos [europeus] terem um programa de vacinação apropriado, mas também a de muitos outros países do mundo, e prejudicaria a reputação da UE [União Europeia]”, defendeu Wallace.
“Tentar, de qualquer forma, dividir ou erguer muros não fará nada que não prejudicar os cidadãos da UE e do Reino Unido”, disse, ainda, desta vez em entrevista à BBC.
O ministro britânico respondia às declarações presidente da Comissão Europeia, que admitiu, no sábado, bloquear as exportações da vacina da AstraZeneca, caso a União Europeia não recebesse primeiro as encomendas.
"Temos a opção de proibir quaisquer exportações planeadas. Esta é a mensagem que estamos a enviar à AstraZeneca: respeitem o vosso contrato com a Europa antes de começarem a entregar a outros países", disse Ursula von der Leyen numa entrevista com o grupo de comunicação social alemão Funke.
A ex-ministra da Defesa alemã acrescentou que “todas as opções estão sobre a mesa", num aviso claro, sublinhando que os líderes da UE iriam rever a questão da entrega na próxima semana.
A Comissão Europeia anunciou na quinta-feira que iria ativar um procedimento contratual para resolver o litígio com a AstraZeneca, cujas entregas de vacinas contra a covid-19 são significativamente inferiores às inicialmente previstas.
C/Lusa