"São obras que já foram realizadas e umas que ainda faltam realizar. Vamos fazer um esforço para que as que faltam sejam executadas este ano", disse o secretário dos Equipamentos e Infraestruturas, Amílcar Gonçalves, durante a apresentação, no Funchal, da segunda parte do Estudo de Avaliação do Risco de Aluviões.
Oito anos após o temporal que provocou a morte a mais de 50 pessoas e prejuízos materiais superiores a mil milhões de euros, o estudo realizado pelo Instituto Superior Técnico, a Universidade da Madeira e o Laboratório Regional de Engenharia Civil destaca a necessidade de implementação de um sistema de previsão e aviso de aluviões.
"Numa primeira fase procuramos conhecer o fenómeno com muita profundidade, no sentido de executar rapidamente as obras mais prementes, e nesta segunda fase procuramos que as medidas preventivas sejam mais eficazes, nomeadamente em termos do alerta e aviso", explicou Amílcar Gonçalves.
O governante realçou, por outro lado, que os 700 milhões de euros investidos em obras de recuperação da ilha e de regularização de diversas ribeiras são oriundos da Lei de Meios (mecanismo financeiro criado pelo Governo da República) e da União Europeia, através do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR).
António Betâmio de Almeida, um dos especialistas responsáveis pela elaboração do Estudo de Avaliação do Risco da Aluviões, vincou que uma das medidas mais importantes se prende com a implementação de um sistema de previsão e aviso de aluviões.
"No esquema que a equipa propõe ao Governo Regional há um indicador de limiar crítico de precipitação que pode induzir a deslizamentos e à formação de aluviões", disse.
Betâmio de Almeida destacou também um conjunto de recomendações relacionadas com autoproteção, que resultam de um estudo de perceção social feito pela Universidade da Madeira, no sentido de melhorar a proteção dos habitantes em zonas de risco.
"Agora, cabe às instituições da região autónoma levarem a cabo e continuarem este processo, porque é um processo que não pode ter fim, deve estar sempre em melhoria e sempre a ser desenvolvido", reforçou.
C/ LUSA