“Em termos de incêndio, está extinto e a situação sanada. O nosso foco agora é acelerar o processo de realojamento temporário das famílias da Fajã das Galinhas”, afirmou Leonel Silva, em declarações à agência Lusa.
Segundo o autarca, no centro comunitário de Câmara de Lobos estão neste momento 40 pessoas e “duas famílias já foram realojadas”.
“Pretendemos que até final da semana estas pessoas, que estão a partilhar um local comum, possam ter alguma normalidade na sua vida”, realçou.
O autarca adiantou que o processo envolve a secretaria regional da Inclusão, o Instituto de Segurança Social e a Investimentos Habitacionais da Madeira que estão a trabalhar para “identificar possíveis soluções provisórias”.
Ainda segundo Leonel Silva, o município está “a adaptar equipamentos públicos” no concelho para este fim.
Em 17 de agosto, 120 pessoas foram retiradas do sítio, na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, nas zonas altas do concelho, devido às chamas que cercaram a zona e tornaram intransitável a única estrada de acesso, numa extensão de cerca de dois quilómetros ao longo de uma escarpa.
No sábado, Leonel Silva afirmou que a Fajã das Galinhas não oferece condições de segurança para as pessoas poderem regressar às suas casas e adiantou que a autarquia vai iniciar brevemente a construção de 30 moradias num investimento de 7,5 milhões de euros na zona do Castelejo, próxima da Fajã das Galinhas, localidade que não oferece riscos.
O projeto não é novo, tendo sido desenhado no ano passado aquando da estratégia local de habitação onde a Fajã das Galinhas já tinha sido sinalizada como sendo de elevado risco, sublinhou.
O presidente do Governo da Madeira já corroborou a decisão, afirmando que o executivo insular pretende realojar os moradores da Fajã das Galinhas numa “zona mais confortável”, já que o sítio permanece isolado na sequência do incêndio.
“A situação da Fajã das Galinhas é uma situação de grande perigosidade, já não é de agora, e penso que estamos em condições para encontrar uma solução definitiva para essas famílias”, disse Miguel Albuquerque, também no sábado.
Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais apontam para mais de 5.045 hectares de área ardida.
O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou em 14 de agosto nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e Santana.
Hoje de manhã, o presidente da proteção civil madeirense, António Nunes indicou que o incêndio está “completamente dominado”, mas existem ainda “alguns pontos quentes” que podem causar “algum reacendimento, que será provavelmente debelado com relativa facilidade”.
Desde o início do incêndio, as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores foram regressando a casa.
O combate às chamas foi dificultado pelo vento e pelas temperaturas elevadas, mas, segundo o Governo Regional, não há registo de feridos ou da destruição de casas e infraestruturas públicas essenciais, embora algumas pequenas produções agrícolas tenham sido atingidas, além de áreas florestais.
A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, disse tratar-se de fogo posto.
Lusa