O radar instalado no Pico do Areeiro foi o vencedor da edição de 2015 do Prémio Defesa Nacional e Ambiente, segundo um despacho publicado hoje em Diário da República.
O prémio, atribuído pelos ministérios da Defesa e do Ambiente, "destina-se a galardoar a unidade, estabelecimento ou órgão das Forças Armadas que, de acordo com os princípios da defesa nacional, melhor contributo preste para a qualidade do ambiente, numa perspetiva de desenvolvimento sustentável".
No despacho pode ler-se que o prémio "constitui um contributo exemplar para a integração das preocupações ambientais na atividade militar".
A Estação de Radar n.º 4 (ER4), situada a 1.813 metros de altitude, no Pico do Areeiro, começou a transmitir o primeiro sinal para o Centro de Relato e Controlo Monsanto a 9 de maio de 2012.
A ER4, que foi ativada no dia 18 de fevereiro de 2013 e opera 24 horas por dia, durante todo o ano, sendo parte integrante do projeto de extensão do Sistema de Comando e Controlo Aéreo de Portugal.
Na altura da sua construção, gerou polémica devido à nidificação naquele local de uma de ave endémica regional, a freira da Madeira.
O vice-presidente do Instituto de Florestas e Conservação da Natureza, Paulo Oliveira, recordou à Lusa que o possível impacto acabou por não acontecer.
"A polémica relativamente ao radar impôs-se a diferentes níveis. Um deles teve a ver com o provável ou potencial impacto sobre a freira da Madeira, mas na altura demonstrámos que o radar não constituía uma ameaça", recordou, ressalvando que, "passados estes anos, o estado da população de freiras demonstra que de facto não havia qualquer ameaça".
Foi também criticado, na altura, o provável impacto que teria na paisagem.
Paulo Oliveira lembrou que, antes da instalação do radar, havia uma pousada em funcionamento, mas extremamente degradada.
"As preocupações manifestadas às diversas entidades envolvidas no projeto foram respeitadas, nomeadamente na envolvente da infraestrutura", explicou.
C/Lusa