“É uma reunião que, para nós portugueses, tem um significado especial porque homenageará certamente o Presidente Jorge Sampaio, que foi quem criou este grupo” em 2003, disse o chefe de Estado português.
Falando aos jornalistas portugueses em Roma, onde decorre então na quarta-feira a 16.ª reunião do Grupo de Arraiolos, Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou: “E eu farei tudo para que, em 2023, possamos ter os 20 anos de Arraiolos em Portugal”.
“Ele teve a ideia, concretizou-a e foi, de facto, um grande sucesso”, apontou.
Na capital italiana realiza-se então este ano a 16.ª reunião do Grupo de Arraiolos, que junta anualmente presidentes não executivos de 15 Estados-membros da UE e que foi uma iniciativa lançada por Jorge Sampaio, que morreu na passada sexta-feira, quando era Presidente da República.
Em 2003, o então chefe de Estado português, Jorge Sampaio, promoveu um encontro na vila alentejana de Arraiolos para discutir o futuro da UE com um conjunto de Presidentes da República com poderes semelhantes aos seus e, desde essa altura, o encontro tem sido anual.
Jorge Sampaio, antigo secretário-geral do PS (1989/1992) e Presidente da República (1996/2006), morreu na sexta-feira, aos 81 anos, no Hospital de Santa Cruz, no distrito de Lisboa, onde estava internado desde 27 de agosto, na sequência de dificuldades respiratórias.
Quanto a esta 16.ª reunião do Grupo de Arraiolos em Roma, que deveria ter sido realizada em 2020 em Lisboa, mas tal não aconteceu devido à covid-19, Marcelo Rebelo de Sousa disse esperar que “ notícia” seja que a pandemia está a estabilizar na Europa.
“Embora saibamos que há um ou outro país em que houve um ligeiro agravamento nas últimas semanas, há uma evolução favorável quanto à economia e ao turismo”, acrescentou o chefe de Estado.
Além disso, esta será, segundo o Presidente da República, uma “reunião muito importante” devido ao “número de presidentes” que participam, os 15 que compõem o grupo, e porque ocorre “em cima de eleições europeias que são fundamentais para o futuro imediato da Europa”, como na Alemanha, em França e em Itália.
“E estamos a seguir ao que se passou no Afeganistão, estamos na transição da pandemia para a endemia, estamos no começo da aplicação dos planos de recuperação e resiliência, estamos em vésperas da sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas com a nova administração americana e, portanto, vai ser um momento único”, elencou Marcelo Rebelo de Sousa.
Até para “ver quanto à pandemia qual vai ser a evolução quanto à recuperação económica europeia e qual vai ser a evolução quanto à estabilidade política da Europa, quais as perspetivas e quanto ao relacionamento com os chamados populismos”, adiantou.
Marcelo Rebelo de Sousa, que assumiu funções como Presidente da República em março de 2016, esteve presente na 12.ª reunião, que decorreu nesse ano na Bulgária, na 13.ª, em Malta, em 2017, na 14.º, na Letónia, e na 15.º, na Grécia.
O Grupo de Arraiolos reúne os chefes de Estado de Itália, Bulgária, Alemanha, Estónia, Irlanda, Grécia, Croácia, Letónia, Hungria, Malta, Áustria, Polónia, Portugal, Eslovénia e Finlândia.