O responsável explicou que dos 22 milhões de euros pagos pelo executivo madeirense entre 2009 e 2018, apenas 1 milhão e 550 mil euros visou serviços de medicina nuclear, sendo o restante – mais de 90% – referente a cuidados na área da radioterapia, um serviço que o setor público não dispõe.
José Chaves fez estas declarações hoje em conferência de imprensa, na Clínica de Rádioncologia da Madeira, em resposta a um programa da TVI, emitido na terça-feira, 19 de fevereiro, onde foi dito que o Hospital do Funchal encaminhava pacientes para fazer exames de medicina nuclear numa clínica privada, enquanto a sua própria unidade de medicina nuclear, inaugurada em 2013, está "praticamente parada".
Segundo a reportagem, este seria um "negócio de milhões" feito com base no erário público.
"A Joaquim Chaves Saúde não implora, não corrompe, não se deixa corromper, não mente e não engana e não admite que alguém afirme o contrário", afirmou José Chaves, sublinhando que "não há negócios escuros de milhões de euros" e que "as contas com a região [autónoma] são facilmente escrutináveis".
O responsável garantiu que os valores apresentados na reportagem da TVI relativos à medicina nuclear são "ficção a todos os níveis" e realçou que a vinda da Joaquim Chaves Saúde para o Funchal "nada tem de nubloso".
"Concorremos a um concurso público internacional, ganhámos esse concurso, assinamos um contrato para a concessão, construção, exploração de uma unidade de radioterapia", disse, explicando que, no decurso do processo, o Serviço de Saúde da Madeira (SESARAM) lhe pediu para montar e equipar uma unidade de medicina nuclear.
"A medicina nuclear foi um ‘plus’ que esta unidade conheceu a pedido do corpo médico do Funchal, a pedido da sua direção clínica, a pedido da secretaria e a pedido do SESARAM", afirmou, indicando que o mesmo representou um investimento de 1 milhão de euros e que o contrato para a prestação do serviço é renovado anualmente.
Após a inauguração da unidade de medicina nuclear no Hospital Central do Funchal, em 2013, o SESARAM solicitou que a Quadrantes mantivesse a sua unidade em funcionamento, enquanto o hospital não reunisse capacidade para dar cobertura a todos os pedidos com qualidade e segurança desejados.
"É o que temos feito desde então até agora", disse.
José Chaves afirmou ainda não ter conhecimento de madeirenses maltratados, negligenciados ou a padecer de doença por falta de resposta da Joaquim Chaves Saúde e sublinhou que "enquanto a região mantiver a confiança" no grupo, o grupo manterá "a confiança na região".
Por outro lado, disse que o Grupo Joaquim Chaves Saúde tem a "porta aberta" para ser inspecionado, vistoriado, auditado, escrutinado de "todas as formas que as autoridades regionais ou nacionais entendem necessário".
C/Lusa