“O Ocidente poderia ajudar a pôr fim a estas atrocidades exercendo uma influência adequada sobre as autoridades de Kiev, bem como pondo termo ao fornecimento de armas à Ucrânia”, disse Putin durante uma conversa telefónica com Macron, segundo o Kremlin (Presidência russa).
Putin afirmou que “apesar da inconsistência de Kiev (…), o lado russo ainda está pronto para o diálogo”, anunciou o Kremlin num comunicado, citado pelas agências AFP, AP e EFE.
O Presidente russo também acusou os países da União Europeia (UE) de ignorarem os “crimes de guerra cometidos pelos militares ucranianos, o bombardeamento maciço de cidades e aldeias no Donbass, em que são mortos civis”.
Na conversa telefónica, Putin informou Macron sobre o curso da “operação militar especial da Rússia” para “proteger as repúblicas do Donbass”, no leste da Ucrânia.
Putin deu conta da “libertação de Mariupol” e da retirada de “civis detidos por nacionalistas na fábrica de Azovstal, em conformidade com o acordo alcançado” na reunião que manteve com o secretário-geral da ONU, António Guterres, em 26 de abril, disse o Kremlin, citado pela agência oficial TASS.
Segundo o Kremlin, Putin respondeu às preocupações francesas sobre a segurança alimentar mundial dizendo que a “situação nesta área é complicada principalmente devido às sanções ocidentais” contra a Rússia.
As relações entre a França e a Rússia têm sido tensas desde o início da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro.
Apesar desta crise, Macron reuniu-se várias vezes com Putin antes e depois da eclosão do conflito para procurar uma solução, sem sucesso.
A Presidência francesa ainda não deu conta do teor da conversa entre os dois chefes de Estado.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 69.º dia, provocou um número ainda por contabilizar de mortos, civis e militares, que a ONU admite ser muito elevado.
A ONU confirmou até agora a morte de mais de 3.000 civis na guerra, que também levou mais de 5,5 milhões de pessoas a fugir da Ucrânia para outros países.
Vários países decretaram sanções económicas contra a Rússia e têm fornecido armamento à Ucrânia.