"Vemos como se mobilizaram as infraestruturas militares, como centenas de especialistas estrangeiros trabalharam na Ucrânia e como os estavam a abastecer com armamento da Aliança Atlântica", disse Putin no discurso na Praça Vermelha e que assinala os 77 anos da vitória sobre a capitulação da Alemanha nazi, em 1945.
"O perigo estava a crescer todos os dias. A Rússia realizou uma respostas preventiva, foi uma medida necessária e a única possível nesta situação. Foi uma decisão de um país soberano, forte e independente", justificou ainda o chefe de Estado russo.
Vladimir Putin prometeu fazer "todos os possíveis para que o horror de uma guerra global se repita", acrescentando que "apesar de todas as divergências nas relações internacionais, a Rússia sempre defendeu um sistema de segurança global e vital para toda a ‘comunidade mundial’".
"Em dezembro do ano passado propusemos um acordo sobre garantias de segurança. A Rússia apelou ao Ocidente para um diálogo sincero no sentido de encontrar soluções e compromissos razoáveis para o bem comum. Foi tudo em vão. Os países da NATO não quiseram ouvir, o que significa que, de facto, tinham planos completamente diferentes, como vimos", acusou.
Putin adiantou que "estava a ser preparada uma operação de castigo no Donbass" e uma operação contra os territórios russos históricos, incluindo a Crimeia.
"Em Kiev anunciaram a possível compra de armas nucleares e o bloqueio da NATO deu início a uma progressão militar ativa dos territórios à nossa volta", disse.
"Assim, estava a ser criada sistematicamente uma ameaça intolerável para nós, diretamente nas nossas fronteiras", referiu Putin considerando que "tudo apontava para um confronto com os neonazis e os apoiantes (do líder colaboracionista nazi Setpán Bandera)(…) seria inevitável", declarou referindo-se a factos e figuras do tempo da Segunda Guerra Mundial.
Vladimir Putin disse ainda que 77 anos depois do final da Segunda Mundial "as milícias do Donbass, aliada ao Exército russo lutam pela própria terra".
"Fazemos uma vénia perante a memória dos mártires de Odessa, que foram queimados vivos na Casa dos Sindicatos, em maio de 2014. Perante a memória dos mais velhos, das mulheres e das crianças do Donbass, dos civis que morreram por causa dos bombardeamentos sem piedade e dos bárbaros ataques neonazis", acrescentou.
Vladimir Putin acrescentou que no desfile estiveram presentes soldados que combateram na "operação militar especial" na Ucrânia que o próprio chefe de Estado anunciou no passado dia 24 de fevereiro.