“A violação de regras e regulamentos no campo das finanças e do comércio internacional não leva a nada de bom. E, em termos simples, só trará problemas a quem o fizer”, afirmou, durante uma intervenção por videoconferência na sessão plenária do Fórum Económico da Eurásia, que decorre em Bishkek, no Quirguistão.
“O roubo de ativos alheios nunca trouxe nada de bom a ninguém, especialmente àqueles que estão envolvidos nesse negócio indecoroso”, reiterou Putin.
As palavras do Presidente russo foram ditas dois dias depois de a Estónia, a Letónia, a Lituânia e a Eslováquia terem pedido aos seus parceiros da União Europeia (UE) que usem os cerca de 300 mil milhões de euros em ativos do Banco Central da Rússia congelados na sequência das sanções impostas a Moscovo para financiar a reconstrução da Ucrânia.
Nesse dia, a presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, afirmou, no Fórum Económico de Davos (Suíça), que a UE “não deve deixar pedra sobre pedra” – inclusive, se possível, usando os ativos russos congelados – no seu percurso para ajudar a Ucrânia “a renascer das cinzas”.
Além disso, a CE apresentou na quarta-feira propostas para confiscar os bens dos oligarcas russos que têm tentado violar as sanções europeias, por exemplo, movendo os seus iates para fora da UE ou mudando a propriedade dos bens.
O comissário europeu da Justiça, Didier Reynders, acrescentou ainda que a UE tem incentivado os países a transferir os valores dos ativos apreendidos para um fundo que ajude as vítimas da guerra na Ucrânia.
A Rússia lançou, em 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase quatro mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas – mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,6 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também as Nações Unidas disseram que cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.