“O PS/Madeira está preocupado com crimes ambientais e irá até às últimas consequências para apurar responsabilidades”, disse o líder da bancada do PS na Assembleia Legislativa da Madeira numa conferência de imprensa realizada no Funchal.
Miguel Iglésias manifestou “a indignação do grupo parlamentar face a declarações públicas do Governo Regional e empresas regionais da área do ambiente”, nomeadamente no caso da “descoberta de um possível poço de hidrocarbonetos” na ribeira dos Socorridos.
“Não podemos deixar de lamentar a atitude da senhora Secretária Regional do Ambiente, tentando imputar novamente culpas para a autarquia do Funchal, como se essa entidade tivesse alguma responsabilidade pela existência daquele derrame de óleo, que, como sabemos, é da responsabilidade da Empresa de Eletricidade da Madeira (EEM)”, afirmou.
Em 17 de junho, o Diário de Notícias da Madeira avançou que a construção da Estação Elevatória de Águas Residuais dos Socorridos estava "suspensa" devido à descoberta, na base do desaterro daquela obra, de um poço de resíduos de combustíveis da antiga Central Térmica da Vitória, pertencente à EEM.
O deputado socialista também expressou preocupação por “serem desconhecidos quais os impactos ambientais daquele problema”, defendendo que “as entidades competentes, sejam da inspeção ambiental, sejam inclusivamente de investigação criminal, descubram efetivamente todas as responsabilidades relativamente a esta questão”.
Miguel Iglésias referiu-se ainda ao ‘infeliz episódio’ ocorrido na praia de Machico, na zona leste da Madeira, afirmando que “a empresa Águas e Resíduos da Madeira (ARM) tentou imputar responsabilidade à autarquia por uma descarga que a própria efetuou”.
O deputado adiantou existirem indícios de “que foi a ARM que efetuou descargas na ribeira no início da época balnear, quando a autarquia já tinha efetuado a limpeza à praia e já tinha colocado um nadador-salvador”.
“É de todo lamentável que, mais uma vez, a ARM, que está sob a tutela da Secretaria Regional do Ambiente, também tenha este tipo de comportamentos absolutamente lesivos para o ambiente”, opinou.
O socialista ainda mencionou a constatação do problema relacionado com “entidades que estão envolvidas na questão da extração ilegal de inertes e na permissividade que há a nível regional para a perpetuação destes crimes ambientais”.
“Não podemos deixar de manifestar o nosso repúdio absoluto e, da nossa parte, iremos até às últimas consequências, naquilo que são as nossas competências, para assegurar que todas estas situações sejam esclarecidas cabalmente”, concluiu.