"A intervenção pretendida pela autarquia implica um investimento global na ordem dos 6,7 milhões de euros, sendo que a edilidade pretende conseguir um financiamento comunitário na ordem dos 5,4 milhões, ficando o valor remanescente a encargo do orçamento municipal", explicou Pedro Coelho à Lusa.
A intervenção circunscreve-se ao perímetro urbano da frente marítima da cidade de Câmara de Lobos, compreendida entre a entrada este da cidade, junto à ponte da ribeira dos Socorridos, e o limite oposto, junto à Praça da Autonomia e ao Largo de São Sebastião.
"Esta operação visa complementar um conjunto de intervenções públicas no eixo da linha da costa e frente-mar (Praça da Autonomia – ETAR – Rua São João de Deus – Salinas), no contexto urbano da cidade e do espaço público, assumindo destaque o ponto central da cidade, na baía de Câmara de Lobos, com a construção de uma praça de contemplação e mirante sobre a magnífica baía", especificou.
A candidatura visa o prolongamento do atual passeio marítimo (localmente conhecido como “promenade”) Lido-Câmara de Lobos, além do seu atual limite.
Este passeio marítimo liga atualmente a cidade do Funchal a Câmara de Lobos e "existe um conjunto de barreiras urbanísticas e orográficas que criam constrangimentos à mobilidade e à fruição do espaço público pelas pessoas".
Pedro Coelho reconhece que os projetos em curso pretendem também desmistificar uma "perceção errada" sobre a realidade do concelho de Câmara de Lobos.
"No passado existiram alguns focos graves de problemáticas sociais, relacionadas com pobreza, falta de habitação, mendicidade, entre outros, que marcaram, de uma forma genérica, a representação social produzida sobre a generalidade do concelho", referiu, argumentando, contudo, que "a globalidade do concelho estava, e sempre esteve, bem integrada no contexto social global da região".
O antes conhecido como "ilhéu de Câmara de Lobos" foi disso um exemplo – havia, exemplificou, "focos de grande miséria, em alguns agregados, que em certa medida, e de forma preconceituosa e estereotipada, contagiaram a representação social que se fez sobre todo o concelho".
Pedro Coelho recordou dados de 2018 que indicam que o concelho é o sexto, na Madeira, com menor percentagem de beneficiários do Rendimento Social de Inserção.
Hoje, disse, Câmara de Lobos é um local diferente: "Apesar de haver ainda muitas coisas por melhorar no concelho, a realidade atual é muito diferente aquela que era há cerca de 10 ou 20 anos".
LUSA