"Vamos estipular um prazo, até meados de janeiro de 2020, para que a empresa apresente as propostas em concreto e veremos se são as mais justas para os docentes", disse Cristina Nóbrega, na sequência de um plenário que decorreu no Sindicato dos Professores da Madeira, no Funchal.
A delegada sindical e porta-voz dos 21 professores efetivos da Escola de Hotelaria reforçou que estes vão avançar para a greve caso a administração, a cargo da empresa Celff, não apresente "propostas justas".
Em causa está o calendário escolar, que se encontra distribuído por 40 semanas, sendo que os docentes reivindicam 34, e o horário de trabalho tem uma média de 800 horas, mas os professores pretendem uma redução de 100 horas.
Cristina Nóbrega explicou que a administração já se comprometeu a estipular as 34 semanas e prepara-se agora para compensar o corpo docente ao nível das horas de serviço com a eventual redução da componente letiva ou períodos de férias mais longos.
"Esta propostas foram hoje analisadas em plenário e sabemos de antemão que o pagamento de horas extraordinárias está fora de questão", disse, indicando que os professores vão agora esperar até janeiro por uma resposta objetiva da administração.
A Escola Profissional de Hotelaria e Turismo da Madeira é uma infraestrutura do Governo Regional, mas a sua gestão passou para o setor privado em 2010, com base num contrato por 15 anos.
O estabelecimento, com cerca de 300 alunos, encontra-se, no entanto, envolvido em polémica, devido a irregularidades detetadas numa auditoria do Tribunal de Contas em 2016.
O Sindicato dos Professores da Madeira considera, por isso, que o executivo deve "tomar novamente as rédeas" da escola.
"Como é que uma região como a Madeira, em que um dos motores é o turismo e a hotelaria, não tem uma escola hoteleira de referência?", questionou o dirigente sindical Miguel Ganança, após o plenário.
E reforçou: "É fundamental, é imprescindível termos uma escola de hoteleira de referência."
C/Lusa