Armando Carvalhêda, que se distinguiu como divulgador da música portuguesa, morreu hoje aos 73 anos, na sua casa no Meco, em Sesimbra, no distrito de Setúbal, noticiou a Antena 1, canal da rádio pública onde trabalhou durante quase meio século.
Numa mensagem publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa “lamenta a morte de um dos maiores nomes da rádio em Portugal”.
“Portugal perde um apaixonado pela rádio, e desta forma, o Presidente da República apresenta as mais sentidas condolências aos familiares, amigos e colegas de profissão da Antena 1”, lê-se nesta nota de pesar.
Na mesma nota, refere-se que Armando Carvalhêda ficou conhecido por “um dos programas de rádio com maior duração na Antena 1”, intitulado “Viva a Música”, e “foi responsável por dar a conhecer vários cantores, músicos e compositores portugueses, num espaço inteiramente dedicado à música portuguesa”.
Nascido em Lisboa, em 30 de dezembro de 1950, Armando Carvalhêda viveu a infância e a adolescência em Setúbal, e iniciou-se na rádio em 1967, na “primeira estação pirata” portuguesa, o Rádio Clube de Alcácer do Sal, que ajudou a criar, segundo informação divulgada pela Antena 1 no seu portal na Internet.
O Rádio Clube de Alcácer do Sal, no entanto, chegaria ao fim pouco depois, como recorda a Antena 1, na sequência de uma entrevista a José Afonso, que “incomodou ao pode”” da ditadura.
A etapa seguinte na rádio foi em 1972, durante o serviço militar de Armando Carvalhêda na Guiné-Bissau. No regresso a Portugal, em 1973, entrou para a antiga Emissora Nacional.
Na década de 1980, quando a estação pública já se denominava Rádio Difusão Portuguesa (RDP), passou a realizar diversos programas no primeiro canal da RDP. A partir de 1996, com “Viva a Música”, assumiu o que considerava ser a sua missão de divulgador da música portuguesa e dos seus músicos, e de ajudar à sua afirmação.
Realizou o programa “Viva a Música” na Antena 1 durante 24 anos, de 1996 a 2020.
Armando Carvalhêda dizia que “fazer rádio não era profissão”, recorda hoje a Antena 1. “Era paixão”.
Lusa