O chefe de Estado sul-africano falava em conferência de imprensa no palácio presidencial Union Buildings, sede do Governo na capital, Pretória, no final de conversações com o seu homólogo português no âmbito de uma visita de Estado à África do Sul.
“O Presidente [Marcelo Rebelo] de Sousa é muito persuasivo se é que não notaram, ele estendeu o convite e mencionou algumas vezes desde que chegou aqui [ao palácio], mesmo durante o nosso encontro ‘tête-à-tête’, e eu não tinha outra escolha senão aceitar”, declarou Ramaphosaç.
O chefe de Estado sul-africano referiu que “adoraria” visitar Portugal por “várias razões”, destacando: “Irei para celebrar a minha própria liberdade, porque fui preso pelo que aconteceu no vosso país, e irei lá para dizer que agora estou livre”.
“Também para celebrar as mudanças e a revolução que aconteceu”, acrescentou.
“Enquanto as pessoas celebravam a libertação de Moçambique, [o regime do ‘apartheid’] decidiram-me prender-me. Por isso, estamos ligados", contou Ramaphosa a Marcelo Rebelo de Sousa.
O líder sul-africano sublinhou que será o primeiro Presidente da República da África do Sul a realizar uma visita de Estado a Portugal, “que por si só é importante”, salientando também que pretende aproveitar a oportunidade para “reforçar o relacionamento” que existe “entre os dois países”.
“Há muitas razões pelas quais gostaríamos de ir, mas eu aceitei”, concluiu.
O Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), no poder desde 1994 na África do Sul, e de que Cyril Ramaphosa é também presidente, enfrenta em abril do próximo ano o seu maior desafio eleitoral nas eleições gerais desde o advento da democracia no país.
Marcelo Rebelo de Sousa chegou na segunda-feira à África do Sul, onde ficará até quinta-feira, para comemorar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Lusa