“É um passo que continua importante, urgente e fundamental”, disse Marcelo Rebelo de Sousa quando questionado, à margem da inauguração da exposição da pintora portuguesa Paula Rego no Museu Picasso de Málaga, sul de Espanha, sobre se a deslocação de António Guterres tinha chegado tarde ou vinha na altura certa.
A viagem de Guterres à Rússia acontece num momento em que o secretário-geral da ONU tem sido alvo de críticas pela sua alegada passividade em tomar medidas concretas para travar a guerra na Ucrânia.
O secretário-geral da ONU recebeu na semana passada uma carta subscrita por mais de 200 antigos dirigentes da ONU, com um apelo para que fosse mais proativo em relação ao conflito na Ucrânia.
De acordo com o jornal britânico The Guardian, os signatários alertaram que, a menos que Guterres atuasse de forma mais pessoal para assumir a liderança na tentativa de mediar a paz na Ucrânia, a ONU arrisca não apenas a irrelevância, mas a sua existência continuada.
Para o Presidente português, a deslocação de hoje a Moscovo e de quinta-feira a Kiev veio numa altura “em que se tem a noção de que a situação ou tende a melhorar ou pode agravar-se”, sendo “uma corrida contra o tempo”.
Numa publicação na rede social Twitter a propósito destas deslocações, no sábado passado, António Guterres escreveu: "Precisamos de passos urgentes para salvar vidas, pôr fim ao sofrimento humano e trazer paz à Ucrânia".
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, das quais mais de 5,16 milhões para fora do país, ainda de acordo com a organização.