Um professor do Porto vai apresentar hoje, numa conferência das Nações Unidas na sede da Google, nos EUA, duas soluções tecnológicas para monitorizar os sinais vitais de paramédicos e bombeiros em situações de conflitos e desastres naturais.
João Paulo Cunha será o único português a participar na conferência organizada pelo gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários.
As soluções tecnológicas desenvolvidas no Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) a serem apresentadas pelo professor são "sensores vestíveis" que permitem averiguar, por exemplo, a função cardíaca (através de eletrocardiograma – ECG), a respiração e a temperatura do corpo, de forma a verificar os índices de fadiga, os níveis de ‘stress’, a exposição ao calor e a gases nocivos (como o monóxido de carbono).
Para além dos sinais vitais, a tecnologia desenvolvida, integrada em sistemas de comunicação de emergência, de informação de alarmes e de gestão de eventos críticos, pode ser utilizada para verificar o posicionamento desses "profissionais de primeira linha", explicou à Lusa João Paulo Cunha.
A conferência, que tem como tema "Capacitar Pessoas Afetadas" ("Empowering Affected People"), decorre entre hoje e quarta-feira na sede da Google (EUA) e tem como objetivo "assegurar que indivíduos ou comunidades afetadas por conflitos ou desastres naturais tenham voz direta em projetos e programas lançados para o seu benefício", indica a nota informativa do INESC TEC.
"As mudanças tecnológicas têm tido um grande efeito nas operações humanitárias" e se, "antigamente", "as organizações limitavam o uso de tecnologia a rádios e telefones", hoje em dia "são utilizados sistemas de satélite, drones, ‘smartphones’ e computadores" para "recolher, partilhar e analisar informação", refere o INESC TEC.
A conferência conta com a presença de 175 representantes de empresas tecnológicas, agências humanitárias, academias, universidades e entidades governamentais, de vários países.
LUSA