Marcelo Rebelo de Sousa e Rumen Radev falavam no final de um encontro de cerca de 45 minutos, no Palácio Presidencial, em Sófia, no arranque da visita oficial do chefe de Estado português à Bulgária que se prolonga até quinta-feira.
Na parte das perguntas, os dois Presidentes foram questionados sobre como veem a possibilidade de um novo alargamento da União Europeia, numa altura em que a abertura formal de negociações com a Albânia e Macedónia do Norte se encontra bloqueada pela Bulgária, devido a diferendos históricos e linguísticos, com Sófia a recusar-se a reconhecer a língua macedónia, argumentando tratar-se de um dialeto do búlgaro.
“Portugal tem uma posição de princípio genérica, que é de não ter preconceitos a alargamentos na Europa, nos próprios não fomos membros fundadores, entrámos num alargamento, depois vivemos alargamentos de dentro”, disse o Presidente da República.
Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que, em concreto nos Balcãs Ocidentais, Portugal reconhece ser “uma questão sensível”, mas defendeu que “não há impossíveis”.
“Preferimos o trabalho discreto e concreto às grandes proclamações públicas (…) Às vezes muito barulho é contraproducente”, apontou, dizendo acompanhar com “atenção e admiração o esforço em curso” no diálogo entre a Bulgária e a Macedónia do Norte.
O chefe de Estado português lembrou o exemplo de Portugal e Espanha, que tiveram guerras e processos de perda e recuperação de independência, e salientando que “hoje esse vizinho é um irmão”.
O Presidente búlgaro agradeceu os esforços da presidência portuguesa neste tema, dizendo estar convicto que “já estão a dar resultados”.
“O alargamento da União Europeia não deve ser feito de forma mecânica, é uma viagem em comum, de amigos dentro de um processo irreversível e sustentável”, referiu Rumen Radev, de acordo com a tradução das suas declarações, feitas em búlgaro.