A equipa portuguesa prepara-se para competir na 9.ª edição do EuroSkills com cerca de 600 jovens, dos 17 aos 25 anos, de outros 32 países.
Em declarações à Lusa, o secretário de Estado Adjunto e do Trabalho, Adriano Moreira, afirmou que o EuroSkills é um “elemento estratégico” para o país, porque “vem promover a importância da formação para o trabalho”.
“Os nossos jovens percecionam que não basta frequentar as aulas, não basta estar atento ao que lhes está a ser ensinado, é preciso ter consciência que é preciso ser competitivo”, disse Adriano Moreira.
Além da competição, o governante considerou que o que está em causa é o simbolismo do evento na carreira dos jovens, como a valorização do trabalho e da formação.
“Temos de estar sempre aptos para singrar, para mostrar o nosso valor, aptos para retribuir à sociedade aquilo que a sociedade nos vai dando ao longo da vida”, salientou.
Questionado sobre como o EuroSkills pode contribuir para a valorização do ensino profissional em Portugal, o secretário de Estado disse que “é da máxima importância”.
“Sem formação adequada nenhum de nós é capaz de exercer um trabalho com a qualidade e com a produtividade que nós procuramos. (…) E nesse sentido a formação profissional é muito importante”, realçou.
Adriano Moreira considerou também que “já não existe qualquer estigma” em relação ao ensino profissional, sublinhando que os jovens “não devem ser forçados” a ter um nível académico superior àquele que ambicionam.
“Nem todos os jovens querem o Ensino Superior. Há jovens que se realizam a um nível mais técnico, mais prático. Temos que lhes dar essas possibilidades – fazer com que esses jovens tenham acesso à formação adequada que procuram. Temos que apostar na formação profissional”, observou.
O presidente do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), Domingos Lopes, defendeu que o Euroskills pode ajudar a reforçar a atratividade da formação profissional em Portugal.
“Esse é o nosso objetivo. É fazer o ‘marketing’ destas qualificações, destas profissões de nível intermédio, para dar visibilidade aos jovens que, quando terminam as suas formações ao nível do 9.º ano, olhem para estas qualificações como vias alternativas, (…) não só no IEFP, mas também nas escolas profissionais”, referiu.
Domingos Lopes, no entanto, lamentou a falta de adesão das escolas profissionais às competições internacionais, considerando que devem estar mais envolvidas, porque há cada vez mais jovens a apostarem nas vias de qualificação intermédia.
“Algumas [escolas] mandam os seus concorrentes, mas não aderem muito. Queremos reforçar que cada mais as escolas profissionais enviem os seus formandos, os seus campeões, os seus melhores profissionais que formam para estes concursos”, explicou.
O responsável admitiu que o objetivo “é chamar atenção” para as saídas profissionais de nível mais técnico.
“Cinquenta por cento dos jovens do 9.º ano ou seguem as vias normais científico-humanísticas ou podem seguir o ensino profissional nas escolas profissionais ou no sistema de aprendizagem do IEFP. Queremos que os jovens optem ou considerem estas vias mais qualificantes como uma alternativa viável e de sucesso para as suas qualificações”, lembrou.
O presidente do IEFP afirmou que está demonstrado que a empregabilidade “é muito superior à dos que saem por outras vias”, alertando que, tal como acontece com os recém-licenciados, há o risco da emigração.
“Há essa realidade. Um soldador em Portugal é muito bem pago. Há empresas [portuguesas] a pagar como primeiro ordenado valores a rondar os 2.000 euros. Lá fora ganha o dobro ou mais. Aqui o esforço tem de ser concertado a nível nacional”, indicou, acrescentando que o país tem aumentado “progressivamente a média salarial”.
Os 15 representantes portugueses no EuroSkills estão distribuídos por 13 áreas, de 38 em competição, desde cabeleireiro, controlo industrial, instalações elétricas, mecatrónica industrial, robótica, refrigeração, soldadura, padaria, restauração até ‘web development’.
Lusa
