“Há dois dias tivemos um recorde de testes à covid-19: mais de 94 mil testes. Relembro que, no início de março de 2020, tínhamos pouco mais de dois mil testes. Atingimos dez milhões de testes hoje, em números redondos, e fazemos mais de 970 mil testes por milhão de habitantes” disse António Sales, após a inauguração das ampliações das unidades de ambulatório de Gastrenterologia e da Pneumologia do Hospital de Santo André, unidade do Centro Hospitalar de Leiria.
O governante explicou que a massificação de testagem nada tem a ver com um aumento de incidência da covid-19 em Portugal, mas estando “mais capacitados para enfrentar o problema de frente” é preciso “testar para encontrar” os casos positivos.
António Sales sublinhou ainda que durante o fim de semana foram vacinadas “mais de 180 mil pessoas”.
“É um verdadeiro teste à nossa capacidade de planeamento e de organização.”
O secretário de Estado lembrou ainda a revisão do plano de vacinação covid-19, que passa pela imunização de faixas etárias decrescentes, entre os 16 e os 79 anos, com patologias graves, como “doenças oncológicas em fase ativa, transplantação, imunodepressão” e “doenças mentais e neurológicas graves”.
Nos casos oncológicos, “além da quimioterapia, da radioterapia e da necessidade urgente de cirurgia, essa é uma área que deverá ficar no âmbito da decisão clínica”, explicou.
“Temos confiança na nossa norma e esse tipo de situações, com certeza, que serão avaliados caso a caso, casuisticamente e naquilo que é o âmbito da decisão clínica”, reforçou.
Sobre a vacina produzida pelo laboratório Janssen, que já teve luz verde da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), depois de terem sido detetados casos de eventos tromboembólicos nos Estados Unidos, Sales adiantou que Portugal tem “sempre acompanhado aquilo que são as decisões e as recomendações da EMA”, fazendo depois a sua própria análise.
“A EMA disse que os benefícios seriam superiores aos riscos, apontou pontualmente casos de mulheres com menos de 60 anos. Estamos, através dos nossos organismos, a fazer essa avaliação e essa ponderação. Pode haver ajustes em relação a essas recomendações”, informou, ao referir que o processo de vacinação em Portugal “tem sido muito gradual, progressivo e ajustável Àquilo que é a realidade”.
António Sales espera ainda que na próxima semana os portugueses já se possam inscrever para vacinação num ‘site’ criado para o efeito. “Muitas vezes estas questões tecnológicas têm algumas entropias, mas esperamos que sim [esteja pronto].”
C/Lusa