“Aconselha-se a comunidade portuguesa a seguir estritamente as recomendações das autoridades sul-africanas e a agir com a maior precaução possível”, fez saber o gabinete da secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, numa declaração enviada à Lusa.
As situações de emergência e de necessidade de assistência consular “devem ser comunicadas em permanência ao Gabinete de Emergência Consular ou aos postos consulares”, indicou ainda a mesma fonte.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros garante estar a acompanhar de “forma muito próxima a situação na África do Sul através da Embaixada de Portugal em Pretória e das estruturas consulares no país”, sublinha a nota do gabinete de Berta Nunes.
O balanço de mortos na onda de violência e saques que atinge a África do Sul há vários dias subiu esta manhã para 32, após mais 22 mortes confirmadas hoje pelo primeiro-ministro da província de KwaZulu-Natal, Sihle Zikalala.
A mesma fonte confirmou que, até ao momento, 26 pessoas morreram nesta província do país. Outras seis mortes em Joanesburgo foram confirmadas na noite de segunda-feira pelo Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa.
O governante regional mencionou em particular o facto de várias destas mortes terem ocorrido durante "tumultos neste contexto de motins", sem especificar os locais em que ocorreram.
Os primeiros incidentes, com estradas bloqueadas e camiões incendiados, ocorreram na sexta-feira, um dia após a prisão no país do ex-Presidente Jacob Zuma, condenado a 15 meses de prisão por desobediência à justiça.
A violência, os saques e os incêndios espalharam-se no fim de semana na área metropolitana de Joanesburgo, a capital económica do país, e não pararam desde então em várias zonas do país.
O Governo sul-africano destacou na passada quinta-feira militares das Forças Armadas (SANDF, na sigla em inglês) para as ruas de Gauteng e KwaZulu-Natal para ajudar a conter a situação de violência, pilhagens e intimidação que eclodiu no país nesse dia após a prisão de Zuma.