Segundo a agência de notícias EFE, a ministra polaca declarou, numa entrevista hoje publicada, que "o projeto nuclear nunca esteve tão avançado como agora" no país.
De acordo com Anna Moskwa, as consultas sobre o impacto ambiental com a Letónia e a Estónia já foram concluídas e as negociações começarão muito em breve "com o lado alemão e outros vizinhos”.
Em dezembro de 2021, Choczewo, uma pequena cidade no norte da Polónia, foi estabelecida como o local onde a central de energia nuclear seria construída. Entretanto, as conclusões dos estudos geológicos, sísmicos e ambientais acabaram por determinar que a central deveria ser construída em Kopalino-Lubiatowo (norte) ou Zarnowiec (sul).
Na entrevista publicada pelo jornal polaco Super Ekspressu Tygodnik, a ministra explicou que as primeiras fases de financiamento do projeto serão realizadas com dinheiro público, mas que posteriormente será utilizado um modelo de financiamento com a participação de capital privado norte-americano.
Moskwa afirmou que os detalhes desta participação na construção da central por parte dos norte-americanos “são secretos."
No dia 22 de fevereiro, durante a visita oficial do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a Varsóvia, o Estado polaco formalizou um contrato com a empresa Westinghouse para projetar e iniciar a construção até 2026 de uma central nuclear capaz de fornecer "pelo menos 3,75 gigawatts (GW)" de energia.
A sua produção juntar-se-á a de outro reator com capacidade semelhante construído com a colaboração da Coreia do Sul para obter “de 06 a 09 gigawatts” de eletricidade por ano a partir de 2023.
Por outro lado, o ministro dos Bens Públicos, polaco, Jacek Sasin, anunciou hoje que o governo espera concluir "em julho deste ano" a compra da mina de carvão "Bogdanka", localizada perto de Lublin (leste), que tem com 55.000 funcionários.
Sasin sublinhou que, apesar de a Polónia pretender abandonar gradualmente a sua dependência energética do carvão, de onde obtém cerca de 70% da sua eletricidade, "o caráter estratégico" desta mina torna aconselhável a sua aquisição pelo Estado.
O ministro polaco lembrou que, devido ao embargo contra a Rússia, a Polónia teve de importar 20 milhões de toneladas de carvão da América do Sul, África do Sul e Austrália no último ano.
“Não podemos correr o risco de o nosso setor energético assentar em combustíveis que temos de importar e cujos preços não temos influência. Na Polónia, temos minas (de carvão) a funcionar, temos capacidade para manter e até aumentar a sua produção, e continuaremos a fazê-lo", enfatizou Sasin.
A Polónia consome atualmente cerca de 33 gigawatts por ano, dois terços dos quais provenientes do carvão.
Lusa