"O que dissemos hoje é que quanto mais depressa, melhor. Não há razão para não conseguir concluí-lo em julho", afirmou Johnson, em declarações transmitidas pela estação Sky News após uma reunião de por videoconferência com dirigentes europeus.
O chefe do Governo britânico reiterou a recusa em aceitar a submissão a leis europeias ou ao Tribunal Europeu de Justiça e defendeu a prioridade em dar acesso às aguas de pesca britânicas aos pescadores nacionais.
“Não penso que estejamos assim tão distantes. O que precisamos agora é ver um pouco de energia”, afirmou.
Boris Johnson participou hoje numa reunião de alto-nível com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, para fazer um balanço do progresso das negociações sobre o futuro relacionamento.
Tendo ficado clara a decisão do Reino Unido de não solicitar qualquer extensão ao período de transição que acaba em 31 de dezembro de 2020, ambas as partes sublinharam, num comunicado conjunto, a "intenção de trabalhar arduamente para concluir um relacionamento que funcione no interesse dos cidadãos da União e do Reino Unido”.
Perante a falta de progresso e um impasse numa série de questões após o final da quarta ronda de negociações, os negociadores chefes europeu, Michel Barnier, e britânico, David Frost, já tinham decidido intensificar as reuniões nas próximas semanas e meses.
Johnson e os dirigentes europeus admitiram que é "necessário um novo impulso” e aprovaram os planos para intensificar as negociações a partir de julho de forma a "criar condições mais favoráveis para a conclusão e ratificação de um acordo antes do final de 2020”.
“Isto deve incluir, se possível, chegar mais cedo a uma compreensão dos princípios subjacentes a qualquer acordo”, vincaram.
O Reino Unido abandonou oficialmente a UE em 31 de janeiro passado, mas permanece dentro do seu espaço económico e regulatório até ao final do ano, durante o chamado período de transição.
Entre os entre os assuntos com mais divergências nas negociações estão o acesso equilibrado a ambos os mercados, a governança da futura parceria, a proteção dos direitos fundamentais e o setor das pescas.
O Governo britânico tinha admitido, em fevereiro, abandonar as negociações para um acordo pós-Brexit se não encontrasse progressos até junho.