A plataforma (mobzero.pt) é lançada pela associação ambientalista Zero e, com o apoio de outras seis entidades, pretende contribuir para mudar o paradigma da mobilidade, desenvolver cidades e vilas mais saudáveis, e informar cidadãos e empresas sobre a mobilidade elétrica, diz a associação em comunicado.
O projeto tem ainda como objetivos, afirma a Zero, divulgar formas de mobilidade mais sustentáveis, divulgar os carros elétricos que existem no mercado nacional (características e vantagens ambientais e económicas), dando informações independentes, e também “desmistificar mitos ainda existentes sobre a tecnologia elétrica”.
A página contém por exemplo um simulador comparativo de veículos 100% elétricos com veículos a gasolina ou gasóleo, em termos de compra, utilização e emissões de dióxido de carbono e óxido de azoto (principais poluentes atmosféricos).
“Os números mostram que, para a grande maioria dos modelos, os veículos 100% elétricos são mais vantajosos, quer em termos de emissões de gases poluentes, quer em relação aos custos totais de aquisição e utilização, que são comparáveis ou mesmo inferiores aos dos veículos a gasolina e gasóleo”, salienta a associação.
Para um cliente particular a aquisição e utilização de um carro elétrico tem um custo idêntico a um a gasóleo, mas se for um cliente empresarial os custos associados ao carro 100% elétrico são substancialmente inferiores aos de carros a gasóleo ou gasolina. Os custos de manutenção também são muito mais baixos, como também o são os custos da eletricidade, comparados com o valor a pagar pelos combustíveis fósseis.
No comunicado a Zero lembra que o setor dos transportes é dos que mais contribui para a emissão de gases com efeito de estufa, sendo responsável, em 2018, por cerca de 25% das emissões de dióxido de carbono em Portugal.
“Os compromissos que Portugal assumiu no Acordo de Paris e, consequentemente a nível Europeu e nacional, com um objetivo de neutralidade carbónica em 2050, fazem com que a atuação neste setor deva ser realizada de forma concreta e integrada para uma redução efetiva do seu peso nas emissões de gases com efeito de estufa”, salienta-se no comunicado.
O projeto conta ainda com atividades em escolas para falar de mobilidade sustentável e mobilidade elétrica.
Além do simulador a página tem informações sobre mobilidade sustentável relacionadas com os transportes coletivos ou os chamados modos suaves (bicicletas por exemplo), sobre a legislação respeitante à mobilidade elétrica, ou sobre as tecnologias disponíveis, além de ligações a páginas de instituições e organizações ligadas à mobilidade e outras “sites” sobre mobilidade.
Em 2020, as vendas de veículos com ligação a uma tomada representaram 10,5% do mercado europeu, quando em 2019 a mobilidade elétrica estava apenas nos 03%.
De acordo com os últimos números da Federação Europeia de Transportes e Ambiente (T&E, na sigla original), que junta organizações não-governamentais, sobretudo ambientalistas, no ano passado foram registados na União Europeia mais de um milhão de veículos elétricos, duplicando o número de carros a circular sem consumo de combustíveis fósseis (agora mais de dois milhões).
A T&E diz num relatório divulgado na segunda-feira que em 2020 foram vendidos só na Alemanha mais veículos (395.000) com uma tomada do que em toda a União Europeia em 2019 (391.000), sem contar com o Reino Unido.
“Os veículos elétricos resistiram à crise covd-19 muito melhor do que os motores a gasolina e a gasóleo, cujos volumes combinados caíram 36%”, diz-se no relatório, segundo o qual os quase 1.365.000 veículos elétricos vendidos na Europa em 2020 superaram as vendas de carros elétricos na China e colocaram o continente europeu na vanguarda da mobilidade elétrica.