As autoridades acreditam que o agressor agiu sozinho e a polícia não está à procura de outros atacantes, disseram dois polícias à agência de notícias AP, sob condição de anonimato.
“Ele (o agressor) gritou ‘Allah Akbar! (Deus é grande)’ repetidas vezes, mesmo depois de ter sido ferido”, disse o autarca de Nice, Christian Estrosi, à televisão BFM, acrescentando que “o significado do seu gesto não deixa dúvidas” de que foi um ataque terrorista.
O ataque de hoje ocorreu a menos de um quilómetro do local onde, em 14 de julho de 2016, outro agressor atingiu uma multidão com um camião, no Dia da Bastilha, matando dezenas de pessoas.
Os factos de hoje ocorreram por volta das 09:00 no local (08:00 em Lisboa) perto da Igreja de Notre-Dame, no centro de Nice, acrescentou uma fonte policial.
Duas pessoas, um homem e uma mulher, foram mortas na igreja de Notre-Dame, onde ocorreu o ataque, e uma terceira vítima, gravemente ferida, morreu num bar perto da igreja, onde se tinha refugiado.
A procuradoria antiterrorista anunciou a abertura de uma investigação por "assassínio" e "tentativa de assassínio” após o ataque, em que pelo menos uma das vítimas mortais foi degolada e várias outras pessoas ficaram feridas.
Este é o terceiro ataque que ocorre desde a abertura em setembro de um julgamento de terrorismo sobre as mortes no jornal satírico Charlie Hebdo e em um supermercado judaico que ocorreram em janeiro de 2015.
Em Nice, as imagens dos meios de comunicações franceses mostraram o bairro encerrado e cercado pela polícia e veículos de emergência. Os sons das explosões podiam ser ouvidos, já que agentes das forças de segurança explodiam objetos suspeitos.
A câmara baixa do parlamento suspendeu um debate sobre as novas restrições devido à pandemia do novo coronavírus em França e fez um minuto de silêncio pelas vítimas.
O Ministro do Interior, Gérald Darmanin, anunciou na rede social Twitter a realização de uma "reunião de crise" em Paris, enquanto a Assembleia Nacional decidiu guardar um minuto de silêncio em solidariedade com as vítimas e os seus parentes.
O primeiro-ministro francês, Jean Castex, saiu de urgência da Assembleia Nacional, onde compareceu para esclarecer sobre o novo confinamento devido à pandemia do novo coronavírus, para se dirigir à unidade de crise.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, também vai estar presente nesta reunião, anunciou o palácio do Eliseu. Macron também vai deslocar-se a Nice ainda hoje.
Há menos de duas semanas, um agressor decapitou um professor francês que mostrou caricaturas do profeta Maomé numa aula sobre liberdade de expressão. Essas caricaturas foram publicadas pelo Charlie Hebdo.
Em setembro, um homem que havia pedido asilo em França atacou transeuntes do lado de fora dos antigos escritórios do Charlie Hebdo, também com uma faca.
C/Lusa