O Estudo sobre as Condições de Vida (Encovi) foi realizado pela Universidade Católica Andrés Bello (UCAB), a Universidade Central da Venezuela e a Universidade Simón Bolívar.
O Encovi foi divulgado sexta-feira, no âmbito da 3.ª Feira do Livro do Oeste, em Caracas, pela diretora do Instituto de Investigações Económicas e Sociais da UCAB, Anitza Freitez, que chamou a atenção para a existência de dificuldades na medição da pobreza devido ao quadro de hiperinflação no país.
Segundo Freitez, o estudo abrangeu seis mil venezuelanos e revela uma degradação das condições de habitação, serviços básicos, no padrão de vida, educação e proteção civil, com 94% dos entrevistados a responderem que não têm como enfrentar o custo de vida.
O Encovi permitiu ainda determinar que apenas 29% dos lares venezuelanos têm água todos os dias, dos quais 25% registam falhas de várias horas no abastecimento diário de energia elétrica, quando em 2017 os casos representavam 15%.
O estudo demonstra que em 2014 o abandono escolar também aumentou, com "mais de 76% da população compreendida entre os 18 e 24 anos" a migrar das universidades privadas para as públicas, devido à impossibilidade dos pais em assumirem os custos educativos.
Por outro lado, a falta de alimentação no lar, a falta de alimentação nas escolas, a falta de transporte e falhas no abastecimento de água, são fatores que têm contribuído para o absentismo escolar infantil, que atingiu 35%.
O desemprego aumentou em relação ao ano anterior e, apesar de mais de três milhões de venezuelanos terem emigrado, as oportunidades de trabalho continuam a descer, sublinhou Anitza Freitez.
O estudo foi realizado entre os meses de julho e setembro e 63% das pessoas disseram estar a receber algum tipo de ajuda estatal.
O Encovi estima que subiu de 12,6 milhões (em 2017) para 16,3 milhões o número de venezuelanos que recebem periodicamente uma caixa de alimentos a preços subsidiados pelo Estado.
LUSA