Entre os feridos está um "número significativo" de casos graves, referiu Pavlo Kirilenko, através de uma mensagem na sua conta na rede social Twitter.
O governador acusou os "fascistas russos" de terem dirigido o seu ataque de mísseis "Tochka-U" a esta estação, onde milhares de civis aguardavam para serem retirados para áreas seguras.
O balanço anterior do ataque, atribuído aos serviços de socorro locais, dava conta de pelo menos 35 mortos.
Antes, o chefe da companhia ferroviária ucraniana, citado pelas agências noticiosas Associated Press (AP) e France-Presse (AFP), falou em mais de 30 mortos e cerca de 100 feridos.
Um membro do gabinete da Presidência ucraniana, Oleksiy Arestovych, afirmou, entretanto, que o ataque foi precedido de um reconhecimento rigoroso do alvo pela Rússia.
"As tropas russas atacaram a estação de comboios de Kramatorsk com um míssil do tipo ‘Iskander’. É preciso entender que ataques deste tipo são precedidos por um reconhecimento profundo do alvo, pelo menos com ‘drones’ [aparelhos aéreos não tripulados], observando o terreno", acusou numa mensagem na sua conta do Facebook, segundo a agência ucraniana Ukrinform.
Segundo Arestovych, este tipo de arma é "um míssil demasiado caro" e é "muito difícil e arriscado organizar ataques deste tipo".
"Eles viram perfeitamente bem que estavam a atacar civis, porque logo pela manhã, naquela altura, na estação havia milhares de pessoas a tentar sair, famílias, crianças, idosos", acrescentou.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tinha dito que o ataque tinha sido realizado com mísseis "Tochka-U".
“Esta é uma maldade que não conhece limites. E se não for punida, nunca parará", disse Zelensky, reagindo ao ataque.
A Rússia, que tem negado sistematicamente ter provocado a morte de civis na Ucrânia, rejeitou também hoje, através do seu Ministério da Defesa, que as suas forças armadas tenham realizado o ataque com mísseis à estação ferroviária de Kramatorsk.
A ofensiva militar russa na Ucrânia, que começou a 24 de fevereiro, já matou pelo menos 1.611 civis, incluindo 131 crianças, e feriu 2.227, entre os quais 191 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.