Segundo as autoridades alemãs, dezenas de pessoas estão desaparecidas após as fortes chuvas que estão a cair sobretudo desde quarta-feira no país e os bombeiros estão mobilizados hoje para resgatar moradores de várias localidades afetadas.
As autoridades do condado de Euskirchen, na região administrativa de Colónia, estado da Renânia do Norte-Vestfália, disseram hoje que oito mortes foram relatadas devido às enchentes.
Na cidade de Koblenz, no oeste da Alemanha, a polícia deu conta de quatro pessoas mortas, nesta localidade do condado de Ahrweiler, na Renânia-Palatinado, e cerca de 50 ficaram presas nos telhados das casas a aguardar resgate. Várias pessoas estão desaparecidas.
Seis casas desabaram durante a noite na aldeia de Schuld. A localidades fica em Eifel, uma região vulcânica de colinas e pequenos vales a sudoeste de Colónia.
A polícia disse que quatro pessoas morreram em incidentes separados depois de as caves das suas casas ficarem inundadas em Colónia, Kamen e Wuppertal, onde as autoridades alertaram que uma barragem ameaça romper.
Dois bombeiros morreram durante os trabalhos de resgate na região de Renânia do Norte-Vestfália, segundo a agência de notícias AFP.
Autoridades do condado de Rhine-Sieg, ao sul de Colónia, ordenaram a evacuação de várias localidades próximas do reservatório Steinbachtal por receios também da segurança de uma barragem.
Na terça-feira foi a Baviera, no sul do país, que foi duramente atingida, tendo sido declarado mesmo o estado de desastre natural no distrito de Hof, devido ao alagamento das estradas.
As ligações ferroviárias foram suspensas em grande parte da Renânia do Norte-Vestfália, o Estado mais populoso da Alemanha. O Governador Armin Laschet, que concorre para suceder a Angela Merkel como chanceler nas eleições alemãs neste outono, deve visitar hoje a cidade de Hagen, atingida pela enchente.
As regiões de Sarre, Mecklembourg-Pomerânia (nordeste da Alemanha), foram colocadas em alerta de tempestade.
Na Bélgica, nas últimas horas, pelo menos duas pessoas morreram devido também às fortes chuvas que causaram graves perturbações em algumas províncias, incluindo o encerramento de estradas e a interrupção do transporte ferroviário.
A área mais afetada é a região da Valónia, em particular as províncias de Liège (leste do país) e Luxemburgo (sul).
As duas mortes ocorreram nas cidades de Eupen e Aywaille, ambas em Liège, confirmadas pelas autoridades locais, informou o diário Le Soir.
As autoridades da cidade de Valkenburg, no sul da Holanda, perto das fronteiras com a Alemanha e a Bélgica, evacuaram uma casa de repouso e um hospital psiquiátrico durante a noite devido à enchente que transformou a rua principal da cidade turística num rio, informaram os meios de comunicação holandeses.
O Governo holandês enviou cerca de 70 soldados para a província de Limburg, no sul do país, na noite de quarta-feira, para ajudar nas tarefas de emergência e resgate, incluindo o transporte de deslocados e o enchimento de sacos de areia para tentar travar as águas dos rios transbordam. Não houve relatos de feridos relacionados com as enchentes na Holanda.
Chuvas excecionalmente intensas também inundaram uma parte do nordeste da França esta semana, derrubando árvores e forçando o fechamento de dezenas de estradas.
Uma linha de comboios para o Luxemburgo foi interrompida e os bombeiros retiraram dezenas de pessoas de casas perto da fronteira com Luxemburgo e Alemanha e na região de Marne, de acordo com a emissora local France Bleu.
O equivalente a dois meses de chuva caiu em algumas áreas nos últimos dois dias, de acordo com o serviço nacional de meteorologia da França. Com o solo já saturado, o serviço previu mais chuvas hoje e divulgou alertas de inundação para 10 regiões.
Alguns rios no norte da Suíça também transbordaram devido à intensa precipitação. As chuvas torrenciais obrigaram ainda ao corte de um trecho da estrada localizada nas margens do lago Léman, o maior da Suíça e que banha cidades como Genebra ou Lausanne.
Em diferentes áreas do país foram emitidos avisos de alerta, com os cidadãos a serem aconselhados a limitar as deslocações e a evitar zonas próximas de lagos e rios.