“Onze pessoas ficaram feridas e, infelizmente, outras 11 morreram”, declarou à televisão ucraniana o porta-voz dos serviços de emergência, Oleksandre Khorunejy.
Segundo o porta-voz, no total, 11 regiões do país foram alvo dos bombardeamentos russos com mísseis e ‘drones’ (aeronaves não tripuladas) que explodem contra os alvos.
Estes ataques inscrevem-se no recente padrão adotado pela Rússia de efetuar bombardeamentos em grande escala sobre a Ucrânia a cada duas semanas.
No entanto, este ocorreu um dia depois de a Alemanha e os Estados Unidos se terem comprometido, 11 meses depois de a Rússia ter invadido a Ucrânia, a enviar tanques de combate de alta tecnologia (Leopard 2 e Abrams) para território ucraniano e a dar ‘luz verde’ aos aliados da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental) para fazerem o mesmo.
O presidente da câmara de Kiev, Vitali Klitschko, indicou que uma pessoa foi morta nos ataques – a primeira vítima mortal na capital relacionada com bombardeamentos inimigos desde a véspera de Ano Novo – e outras duas ficaram feridas.
Por sua vez, o governador de Kiev, Serhii Popko, disse que as defesas antiaéreas ucranianas abateram 15 mísseis de cruzeiro que se dirigiam para aquela zona.
A procuradoria regional da província de Zaporijia disse que três pessoas morreram e sete ficaram feridas num ataque a uma central de produção elétrica.
O comandante das Forças Armadas ucranianas, Valerii Zaluzhnyi, indicou que a “rajada” de hoje envolveu um total de 55 mísseis, 47 dos quais foram intercetados.
‘Drones’ auto-explosivos foram enviados durante a noite antes do ataque com mísseis, naquilo que um porta-voz das Forças de Defesa do Sul da Ucrânia afirmou parecer uma tentativa russa de assoberbar ou confundir as defesas antiaéreas ucranianas.
Enquanto as sirenes antiaéreas ecoavam por todo o país, os civis, alguns deles levando os seus animais de estimação, encheram estações de metro, parques de estacionamento subterrâneos e caves, em busca de refúgio.
Foi a primeira grande operação de interceção de fogo russo em todo a Ucrânia desde 14 de janeiro.
A Rússia tem realizado bombardeamentos maciços a centrais elétricas e outras infraestruturas ucranianas desde o início de outubro do ano passado, no âmbito de uma estratégia de criar dificuldades às forças ucranianas e fazer a população civil passar frio e ficar às escuras durante o inverno, antes daquilo que muitos especialistas preveem possa ser uma ofensiva terrestre em grande escala, quando mais recrutas chegarem aos campos de batalha.
O ministro da Energia ucraniano, Herman Halushchenko, declarou que as estruturas de produção de energia foram hoje novamente bombardeadas pelas forças russas, que continuam apostadas em “tentar causar uma falha sistémica da rede de energia da Ucrânia”.
O responsável reconheceu que algumas instalações de produção de energia foram atingidas, resultando em cortes energéticos, e acrescentou que as equipas de reparação estão a trabalhar para repor o fornecimento de eletricidade tão rapidamente quanto possível.