O secretário da Saúde da Madeira admitiu hoje que o Banco de Sangue passou por um período em que a autossuficiência “foi posta em causa”, elogiando a forma como a população respondeu ao apelo para fazer dádivas.
“Quero agradecer à população porque o serviço de sangue está a passar por um período em que a autossuficiência foi posta em causa”, declarou Pedro Ramos, no âmbito de uma iniciativa para assinalar o Dia Nacional do Dador de Sangue.
O governante madeirense explicou que a região atravessou um “período em que o numero de dádivas estava a ser inferior às necessidades”, assegurando que o “Hospital está a trabalhar em pleno”.
Também mencionou que existem situações de “doentes mais complexos”, numa altura em que eram precisas “urgentemente unidades de sangue e plasma que teriam que ser administrados”.
“O Serviço Regional de Saúde (SESASRAM) fez um apelo e quero agradecer a forma como a população correspondeu, porque das 386 dádivas feitas, 104 correspondem a novos dadores”, declarou o responsável, sublinhando que é necessário que as pessoas continuem a ter esta atitude altruísta.
Contudo, solicitou que as pessoas não critiquem, nem “levem a mal”, a forma como o SESARAM está a “gerir as dádivas porque as unidades têm um tempo de duração diferente”, exemplificando com o caso dos glóbulos vermelhos, que “é de apenas 42 dias”.
“Não vale a pena fazermos estas dádivas todas ao mesmo tempo, porque depois temos um período para as utilizar e podemos correr o risco de perder algumas dessas unidades de sangue”, alertou.
A 23 de março, o SESARAM informou que estavam suspensas as colheitas de sangue dos novos dadores na região devido à grande afluência que se registou para repor as reservas no arquipélago.
Num comunicado, mencionou que nesse dia tinham sido “aceites 35 dadores de sangue, mas por falta de capacidade técnica, nomeadamente ao nível dos recursos humanos”, num dia em que os enfermeiros estavam a fazer greve, “os demais dadores, que apareceram no serviço, foram convidados a regressar noutra data”.
O SESARAM salientou que essa “grande afluência” permitiu que “as reservas de sangue tenham retomado alguma normalidade” na Madeira.
Também referiu que o SESARAM fez um apelo à dádiva de sangue e que o “resultado foi um aumento exponencial do número de dádivas, registando valores históricos na atividade diária do Serviço de Sangue”, demonstrando o “altruísmo” da população da região.
c/Lusa