“A árvore que caiu hoje é um carvalho, não um plátano […]. Apresentava uma copa verde e saudável, não aparentando qualquer anomalia fitossanitária”, disse Paulo Cafôfo, em conferência de imprensa, sobre a árvore que caiu no Larga da Fonte, no centro da freguesia, nos arredores do Funchal.
O autarca adiantou que a árvore em causa “nunca esteve sinalizada como em perigo de queda e também nunca deu entrada nos serviços camarários qualquer queixa com vista à sua limpeza ou abate, por parte de instituições públicas, mormente da junta de freguesia do Monte, do proprietário do terreno, nem dos cidadãos”.
Segundo o responsável, “todos os pedidos e reclamações que deram entrada nos serviços camarários, desde 2013, disseram respeito a sucessivas limpezas de plátanos, que foram sempre prontamente efetuadas”.
Paulo Cafôfo sublinhou também que “a árvore que caiu não estava amarrada a qualquer cabo”, mencionando que esta situação acontece entre um plátano, um loureiro e um til, que “não foram afetados” e estão relacionados com uma decisão tomada pela anterior vereação, liderada por Miguel Albuquerque, atual presidente do executivo madeirense, devido a “uma fissura” que neste momento “já está consolidada e não oferece perigo”.
Ainda referiu que o Largo da Fonte “padece de um problema histórico de ramagens de plátanos, com o qual a Câmara do Funchal tem vindo a lidar de forma responsável ao longo dos últimos anos”.
Informou que, tendo em conta a realização da festa do Monte, os serviços municipais procederam à limpeza de todos os plátanos naquela zona e, desde 2014, procedeu ao abate de 11 árvores de porte diversos naquela freguesia que “apresentavam problemas estruturais que foram detetados”.
“A Câmara Municipal do Funchal assumirá todas aquelas que forem as suas responsabilidades”, declarou.
“Assumo, pessoalmente, que tudo faremos na prossecução das respostas que se exigem e no esclarecimento rigoroso, transparente e cabal daquilo que aconteceu hoje no Monte”, afirmou, adiantando que será efetuada uma peritagem, “a partir de amanhã [quarta-feira], por uma empresa especializada, em parceria com uma técnica do Instituto Superior de Agronomia”.
“Não há palavras para exprimir o choque e o sofrimento que volta a assolar o concelho em mais este momento de perda coletiva”, sublinhou o autarca funchalense, informando que o município está a trabalhar em “articulação” com o Governo Regional e outras entidades no apoio aos familiares das vítimas.
Cafôfo referiu que “não foi convidado” para a conferência de imprensa convocada pelo executivo madeirense para fazer o ponto da situação, mas recusou “entrar em polémica”.
O presidente da Câmara adiantou também que a autarquia decretou três dias de luto.
Fonte do gabinete da presidência da Câmara do Funchal disse à agência Lusa que devido a esta tragédia foram cancelados o concerto comemorativo do Dia da Cidade e o espetáculo de luz e cor na fachada do edifício da autarquia.
Também a sessão solene, no dia 21 de agosto deverá decorrer com sobriedade.
LUSA