Vários partidos com assento na Assembleia Legislativa da Madeira "repudiaram" hoje a alegada decisão da administração da RTP de desmantelar um estúdio de rádio do Centro Regional da Madeira para ser transferido para os Açores.
A questão foi suscitada no plenário do parlamento madeirense pelo líder parlamentar do CDS/PP-Madeira, Rui Barreto.
"Quero manifestar o total repúdio pela prepotência da RTP, privilegiando os Açores, porque, a ordens da administração de Lisboa, desmantelou-se um estúdio da rádio para levar para os Açores", afirmou o deputado centrista regional.
O deputado da maioria do PSD/M Adolfo Brazão, sublinhou que, "a ser verdade", o partido da maioria na Madeira "vai tomar posição", enquanto o parlamentar socialista Vitor Freitas classificou esta situação como "no mínimo estranha".
Já Ricardo Lume (PCP) argumentou que "esta administração da RTP foi nomeada pelo anterior governo do PSD/CDS", acrescentando que, "se for verdade, é grave e um atentado à autonomia" e criticou ainda o "uso abusivo de empresas de prestação de serviços", feito no centro regional da RTP-Madeira.
Também o deputado Roberto Almada (BE) censurou a situação, assumindo o compromisso de "levantar a questão na Assembleia da República", através do parlamentar eleito pela Madeira Paulino Ascensão.
Para Roberto Almada, na região também se coloca o problema da "instrumentalização da RTP-Madeira por forças ocultas que representam grupos empresariais perigoso que estão a tentar estender os tentáculos pela comunicação social da região, para controlar o que existe de liberdade de expressão no arquipélago".
A Lusa contactou os responsáveis da RTP-Madeira sobre esta situação, estes consideraram que a questão "é delicada", remetendo uma posição para a administração da empresa em Lisboa e ainda aguarda resposta.
No plenário do parlamento madeirense esteve também em discussão um projeto de resolução do JPP que recomenda ao Governo Regional do arquipélago que tome medidas para diminuir os custos "exorbitantes" praticados pela empresa que explora o parque de estacionamento do hospital do Funchal.
O deputado Élvio Sousa (JPP) afirmou que este "contrato é ruinoso", tendo, numa nota distribuída pelo partido no parlamento insular, informado que o parque pratica um custo de 36,15 euros por 24 horas de estacionamento, ascendendo a 20,60 o montante a pagar por extravio ou perda de cartão, no parque de estacionamento mais caro do país".
Roberto Almada (BE) disse que os preços são "pornográficos e um assalto à mão armada", ironizando que com este contrato, celebrado em 2003, com a duração de 50 anos, não havendo lugar a pagamento de rendas nos primeiros 20 anos (até 2023), o Governo madeirense "foi um Robin dos Bosques às avessas, porque tirou dos pobres para dar aos ricos".
O líder parlamentar do PSD-M, Jaime Filipe Ramos, declarou que "este é um assunto sério e transversal", adiantando que a bancada da maioria "vai aceitar que esta proposta baixe à comissão".
O deputado sublinhou ser "necessário rever [o contrato] ", mas indicou "não ser útil pagar uma indemnização ao operador" para resolver o problema, o que, no seu entender, "sairia mais caro" do que os preços praticados atualmente.
Complementando, a deputada do PSD Vânia Jesus argumentou que o executivo madeirense tem tentado "sensibilizar a empresa para praticar um tarifário mais económico", recordando que aquele parque de estacionamento foi construído "a custo zero para a região".