Este voto foi assinado pelos seis deputados do Grupo Parlamentar do PCP, tendo como primeiro subscritor o secretário-geral do partido, Jerónimo de Sousa.
“Jaime Serra dedicou a sua vida à luta pela liberdade e pela democracia e representou, pela sua coragem e firmeza, mesmo nas condições mais adversas, um exemplo para todos os comunistas e democratas que resistiram e combateram a longa noite fascista”, lê-se no voto apresentado pela bancada comunista.
Nascido em 1921, em Alcântara, Lisboa, Jaime Serra começou a trabalhar na construção civil aos 12 anos, tendo ingressado como operário no Arsenal do Alfeite em 1940, onde trabalhou até 1947, ano em que passou à clandestinidade, assumindo tarefas de direção no PCP.
“Militante do PCP desde 1936, Jaime Serra foi preso pela primeira vez aos 15 anos. Entre 1947 e 1958 foi preso por três vezes e por três vezes conseguiu fugir das cadeias fascistas”, refere-se neste voto.
No texto, recorda-se ainda um dos episódios mais marcantes da vida de Jaime Serra: “A quarta e última prisão ocorreu em dezembro de 1958 e a última fuga é a histórica fuga da Fortaleza de Peniche em 3 de janeiro de 1960, tendo participado na sua preparação, organização e direção no interior da cadeia com Joaquim Gomes e Álvaro Cunhal”.
Também no plano da solidariedade internacional Jaime Serra foi protagonista de alguns dos episódios mais relevantes de resistência ao anterior regime.
“Em junho de 1962 teve destacado papel na direção, organização e transporte (onde participou diretamente) da saída clandestina de Portugal por via marítima entre Lisboa e o Norte de África, de Agostinho Neto e Vasco Cabral para se juntarem à luta de libertação nacional dos seus povos”, salienta-se no voto apresentado pela bancada do PCP.
Neste seu perfil operacional, entre 1971 e 1974, Jaime Serra assumiu responsabilidades pela organização e direção da ARA (Ação Revolucionária Armada).
Foi deputado à Assembleia Constituinte e deputado à Assembleia da República pelos distritos de Setúbal e Coimbra até 1983.
“Jaime Serra deixou editadas obras onde inscreve a experiência e vivência própria da luta e atividade política e partidária: “Eles têm o direito de saber”; “As explosões que abalaram o fascismo”; “O abalo do poder”; e “12 Fugas das Prisões de Salazar”, acrescenta-se no voto apresentado pelo PCP.