Nascido em São Pedro do Funchal, na Madeira, Alexandre João Mendonça de Canha emigrou para a Venezuela aos 12 anos e faleceu recentemente em Caracas, depois de “33 anos de sacerdócio”.
“Esteve diretamente e intensamente ao serviço da comunidade luso-venezuelana. Foi mais uma vítima da infausta epidemia de Covid-19 que nos tem assolado e que começamos agora a acabar de atravessar”, refere-se no voto comum às bancadas socialista e social-democrata.
Segundo o PS e o PSD, o cónego Alexandre Mendonça tinha “uma aguda consciência política, nomeadamente no que concerne às condições de vida dos venezuelanos, em várias ocasiões demonstrando a sua preocupação pelas carências da comunidade lusa local e pela situação de insegurança no país e alertando para os perigos da polarização da situação no país decorrentes de discursos extremados entre os apoiantes do governo e da oposição”.
Em 1997, salienta-se no texto deste voto, foi agraciado pelo então Presidente da República Jorge Sampaio com o grau de comendador da Ordem de Mérito, e em 1999 com a ordem Cecílio Acosta, primeira classe, pelas autoridades do Estado de Miranda (Venezuela).
Em 2006, acrescenta-se, “foi declarado madeirense ilustre e agraciado com uma medalha e um galardão pela comissão pró-celebração do Dia da Região Autónoma da Madeira em Caracas”. Em junho de 2019, já durante o executivo socialista de António Costa, “foi condecorado com a Medalha de Mérito das Comunidades Portuguesas, por ocasião do Dia de Portugal – uma ocasião em que “aproveitou para apelar aos portugueses para darem atenção aos mais vulneráveis, em particular aos anciãos luso-venezuelanos”.
“Recebeu ainda a Cruz da Polícia Metropolitana de Caracas, de segunda e terceira classe e, em 2006, foi condecorado pelo Centro Português de Caracas com a Ordem Grande Cordão João Fernandes de Leão Pacheco”, assinala-se ainda.
Para o PS e PSD, o padre Alexandre Mendonça “era sobretudo muito próximo da comunidade, sabia ouvir, sabia intervir quando estavam em causa as suas vidas e a proteção do seu bem-estar”.
“Era um suporte ao trabalho consular e diplomático e chegava onde mais ninguém conseguia alcançar. A sua voz serena era o maior sinal da sua força”, salientam ainda os socialistas e sociais-democratas.