“Desde quinta-feira à noite, uma parte da Venezuela está sem eletricidade. Este é o quinto dia sem luz e esta é uma situação dramática”, declarou Antonio Tajani, no arranque da sessão plenária do Parlamento Europeu, que decorre em Estrasburgo, França.
Lançando “um apelo a que esta situação termine”, o responsável aludiu à morte de pessoas nos hospitais devido ao ‘apagão’ – segundo informações da oposição e de organizações não-governamentais que foram, contudo, negadas pelo governo venezuelano liderado pelo Presidente Nicolas Maduro – e salientou que “num país normal isto nunca poderia acontecer”.
“É da responsabilidade do governo de Maduro, que está a agravar a situação humanitária do seu povo”, sublinhou Antonio Tajani.
A Venezuela está às escuras desde a última quinta-feira, na sequência de uma avaria na central hidroelétrica de El Guri, a principal do país, que afetou ainda dois sistemas secundários e a linha central de transmissão.
Em Caracas, capital do país, a eletricidade está a chegar a vários bairros, mas de forma intermitente.
O ‘apagão’ afetou as comunicações fixas e móveis, os terminais de pagamentos e a internet.
Esta situação surge em plena crise política na Venezuela, que se agravou desde o passado dia 23 de janeiro, quando Juan Guaidó se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Guaidó contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um Governo de transição e organizar eleições livres.
Nicolás Maduro, no poder desde 2013, denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.
Cerca de 50 países, incluindo a maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, já reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.
Na Venezuela residem cerca de 300 mil portugueses ou lusodescendentes.
Os mais recentes dados das Nações Unidas estimam que o número atual de refugiados e migrantes da Venezuela em todo o mundo situa-se nos 3,4 milhões.
Só no ano passado, em média, cerca de 5.000 pessoas terão deixado diariamente a Venezuela para procurar proteção ou melhores condições de vida.
LUSA