"A Assembleia adiou a sessão até nova ordem", anunciou o serviço de imprensa do parlamento, em comunicado, sem avançar detalhes.
Fonte parlamentar declarou à agência francesa AFP que apenas 178 deputados, em 329, estavam presentes na sessão de hoje, privando a Assembleia de quórum de dois terços para organizar a votação.
Não foi divulgada qualquer nova data para uma próxima tentativa de eleição, mas o Tribunal Federal, a mais alta instância judicial do Iraque, deu até 06 de abril aos deputados para dotarem o país de um Chefe de Estado.
Passado o prazo, a Constituição é omissa em relação ao próximo passo.
Tal como nas duas primeiras tentativas – a 07 de fevereiro e a 26 de março – foi o boicote de uma coligação xiita que inviabilizou o processo de eleição.
A coligação iraquiana xiita pró-Irão, que inclui a formação Estado de Direito, do antigo primeiro-ministro Nuri al-Maliki, e a Aliança para a Conquista, o ramo político dos antigos paramilitares pró-Irão do Hachd al-Chaabi, adotou mais uma vez a política da cadeira vazia.
A coligação pretende bloquear o seu grande rival, o líder xiita Moqtada Sadr.
Grande vencedor das legislativas, em outubro de 2021, Moqtada Sadr formou uma coligação com partidos sunitas e o PDK curdo.
Pretende formar um Governo "de maioria" em torno do seu primo e cunhado, Jaafar al-Sadr, que tenciona nomear primeiro-ministro, o que é inadmissível para a coligação iraquiana xiita pró-Irão, que pretende prosseguir a tradição iraquiana do "Governo de consenso", reunindo todos os partidos xiitas.
Os parlamentares devem eleger primeiro o Chefe de Estado para que este nomeie o chefe do Governo.
Entre os 40 candidatos que disputam a Presidência, destacam-se dois: o cessante Barham Saleh, Presidente do Iraque desde 2018 e também da União Patriótica do Curdistão (UPK), e Rebar Ahmed, do Partido Democrático do Curdistão (PDK).
O candidato vencedor deve obter pelos menos dois terços dos votos.