“No início deste ano, precisamos de esperança, como a terra precisa de chuva”, afirmou o pontífice, durante a primeira missa do ano na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
O papa recordou as vítimas dos conflitos que decorrem no planeta, pedindo aos fiéis para rezarem pelos “filhos que sofrem e já não têm forças para rezar, pelos irmãos e irmãs afetados pela guerra em muitas partes do mundo, que vivem estes dias de festa na obscuridade e na intempérie, na miséria e com medo, submersos na violência e na indiferença”.
“Para acolher Deus e a sua paz, não podemos ficar imóveis e confortáveis, à espera que as coisas melhorem”, realçou.
O líder da Igreja Católica desafiou as pessoas, no arranque de mais um ano, a não se sentarem “para pensar” e esperar que as coisas mudem, notando que muitos na Igreja e na sociedade esperam pelo bem, em vez de o procurar fazer.
“Diante da preguiça que anestesia, e da indiferença que paralisa – correndo o risco de nos limitarmos a ficar sentados diante de um ecrã, com as mãos no teclado -, os pastores encorajam-nos a ir, a emocionarmo-nos com o que está a acontecer no mundo, a sujar as mãos para fazer o bem, a renunciar a tantos hábitos e confortos”, realçou.
Para o pontífice argentino, muitas vezes, as sociedades acabam por cair no egoísmo e não prestar apoio ao próximo.
“Quantas vezes, por estarmos com pressa, não temos tempo sequer para passar um minuto na companhia do senhor, para ouvir a sua palavra. Com os outros acontece o mesmo: com a pressa, não há tempo para ouvir a mulher, o marido, para falar com os filhos, para lhes perguntar como se sentem – não só como vão os estudos e a saúde –“, constatou.