Depois da oração dominical do Angelus, na Praça de São Pedro, o pontífice disse ter o povo de Tigray no seu pensamento e denunciou estar em causa "uma crise humanitária", que atinge principalmente "os mais pobres".
“Rezemos para que a violência cesse imediatamente, a alimentação e a assistência médica sejam garantidas e a harmonia social seja restabelecida o mais rápido possível”, disse.
Pelo menos quatro milhões de pessoas precisam de ajuda alimentar na região de Tigray, devido ao conflito armado na região, estando 350.000 em risco de fome severa, de acordo com o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA), com sede em Roma.
O PMA alerta que os alimentos que estão a ser distribuídos na zona chegam a 1,4 milhões de pessoas, menos de metade dos afetados, e denunciou que grupos armados "ainda bloqueiam" o acesso à ajuda humanitária na região.
Agricultores, pessoal humanitário e autoridades locais dizem que a comida se transformou numa arma de guerra, com soldados a bloquearem ou a roubarem a ajuda alimentar.
Mais de dois milhões dos seis milhões de habitantes de Tigray já fugiram da guerra, que começou em novembro, pouco antes da temporada de colheita, numa tentativa do primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, de desarmar os líderes rebeldes da região.
De um lado estão guerrilheiros leais aos líderes expulsos e, agora fugitivos, de Tigray e, do outro, estão as tropas do governo etíope, tropas aliadas da vizinha Eritreia e milícias do grupo étnico Amhara da Etiópia, que se consideram rivais dos guerrilheiros Tigrayan.