O Papa Francisco já manifestou a intenção de se deslocar a Fátima durante a sua estada em Portugal, mas Duarte Ricciardi, secretário-executivo do Comité Organizador Local da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 (JMJLisboa2023) diz desconhecer oficialmente qualquer outra iniciativa papal extra-Jornada.
“Diretamente na organização não temos qualquer informação, nem sobre outras viagens do Papa durante aquele tempo [em que estiver em Portugal], nem responsabilidade. Ou seja, a nossa responsabilidade é sobre a Jornada Mundial da Juventude. Nem sabemos se o Papa, de facto, for a Fátima, se vai antes da Jornada, se vai depois, se vai no meio”, afirma, em entrevista à Lusa, este responsável.
A organização da Jornada estará atenta, no entanto, a tudo o que for programado, a fim de “perceber a mobilização das pessoas”.
“Temos de trabalhar com isso, obviamente, mas nós não temos informação. É uma decisão do Papa, que ele tomará quando achar conveniente e dirá quando achar conveniente e nós ajustaremos o nosso plano com o que ele decidir”, refere.
Entretanto, com o Papa em Portugal, e mesmo no âmbito de uma Jornada Mundial da Juventude, serão muitos os menos jovens que não quererão perder a oportunidade para ver Francisco. Isso mesmo é esperado pela organização.
“Este Papa é muito universal e toda a gente terá muita vontade de o ver e de poder estar. Os eventos com o Papa são abertos. Temos uma organização, obviamente, há um fluxo de entradas, mas qualquer pessoa que queira ver o Papa pode vir ao recinto e ver o Papa. Isso é o que está previsto, que todas as pessoas que queiram participar possam participar”, diz ainda Duarte Ricciardi.
A preparação da semana da Jornada passa também em grande medida pelas dioceses portuguesas, que deverão receber os jovens na semana anterior. O trabalho de preparação, segundo Ricciardi, “está a correr bem”.
“As dioceses têm papéis diferentes. Lisboa, Santarém e Setúbal são dioceses que vão fazer o acolhimento da Jornada, portanto vão receber jovens durante a semana da Jornada, e as restantes 18 dioceses ou 17, se retirarmos a das Forças Armadas, que vai ter um papel um bocadinho diferente, vão acolher os dias das dioceses, que são a semana antes da Jornada, em que os peregrinos vão estar em cada uma (…) para viver um bocadinho nas comunidades (…) ou fazer algumas atividades”, explica.
Segundo Duarte Ricciardi, as dioceses, além de estarem a preparar a receção aos jovens que virão de todo o mundo, estão também, “a preparar a vinda dos jovens dessas dioceses para a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa”.
A JMJLisboa2023, que será encerrada pelo Papa, vai decorrer sob o lema “Maria levantou-se e partiu apressadamente”, tendo a cidade de Lisboa sido anunciada no final de janeiro de 2019, no Panamá, pelo pontífice, no encerramento da Jornada Mundial da Juventude que decorreu naquele país.
Inicialmente prevista para o verão de 2022, a iniciativa foi adiada um ano, devido à pandemia de covid-19.
A JMJ foi instituída por João Paulo II, em 1985, e desde então tem-se evidenciado como um momento de encontro e partilha para milhões de pessoas por todo o mundo.
A primeira edição aconteceu em 1986, em Roma, e desde então a JMJ já passou por Buenos Aires (Argentina, 1987), Santiago de Compostela (Espanha, 1989), Czestochowa (Polónia, 1991), Denver (Estados Unidos, 1993), Manila (Filipinas, 1995), Paris (França, 1997), Roma (Itália, 2000), Toronto (Canadá, 2002), Colónia (Alemanha, 2005), Sidney (Austrália, 2008), Madrid (Espanha, 2011), Rio de Janeiro (Brasil, 2013), Cracóvia (Polónia, 2016) e Cidade do Panamá (Panamá, 2019).