"Continuamos a rezar pela paz na Ucrânia e em todas as partes do mundo", disse o chefe da Igreja Católica após a tradicional oração do Angelus no Vaticano, pedindo aos "chefes das nações e das organizações internacionais para que reajam à tendência de acentuar o conflito e a oposição".
Francisco afirmou que "o mundo precisa de paz", mas "não de uma paz baseada no equilíbrio de armamentos e no medo recíproco" porque "isso remonta à história de há 70 anos".
O pontífice destacou que a crise ucraniana não deveria ter acontecido, mas instou a que se converta “num desafio entre sábios estadistas capazes de construir, com o diálogo, um mundo melhor para as novas gerações”.
O Papa assegurou que um mundo melhor é sempre possível, no entanto para isso “tem que se deixar para atrás as estratégias dos poderes políticos, económicos e militares e se concentrar num projeto de paz global”.
"Não a um mundo dividido entre potências em conflito, sim a um mundo unido entre povos e civilizações que se respeitam", foi o apelo de Francisco, que surge três dias depois do final da cimeira de líderes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), que decorreu em Madrid (Espanha).
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de quatro mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de oito milhões de pessoas, das quais mais de 6,6 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Lusa