O número de greves desceu em quase 30% em 2020, primeiro ano da pandemia, face a 2019, e os dias de trabalho perdidos caíram em mais de metade (53,7%), segundo uma publicação oficial divulgada hoje.
"Em 2020, ano marcado pela pandemia, assistiu-se, face a 2019, a uma redução do número de greves (-29,9%), trabalhadores em greve (-36,7%) e dias de trabalho perdidos (-53,7%)", indica a síntese elaborada pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
Foram assim realizadas 103 greves em 2020, contra 147 em 2019, e o número de trabalhadores que paralisaram foi de 20.678, que compara com 32.648 no ano anterior.
Já os dias de trabalho perdidos por greve totalizaram 26.089 em 2020, face a 56.366 em 2019.
A maioria (75,6%) das empresas com trabalhadores em greve em 2020 concentrou-se nas que tinham ao seu serviço mais de 100 pessoas (34,6% entre 100 e 499 pessoas e 40,9% mais de 500 pessoas).
As reivindicações de caráter salarial constituíram 38,1% do total e as ligadas às condições de trabalho 16,9%, indica o GEP.
Tendo em conta o total das greves, "apenas 6% das reivindicações foram totalmente aceites, 33,8% parcialmente aceites e 60,2% recusadas".
Mais de metade das greves teve a duração de um dia, quer se tenha tratado de greves de empresa (54,3%) quer de pluriempresa (60,6%).
Em 2020 ocorreram, ainda, seis greves ao trabalho suplementar.
O setor com maior número de greves em 2020 foi o dos transportes e armazenagem (39 greves), seguido das indústrias transformadoras (25).