O Padre Martins Júnior está satisfeito com a decisão de remissão da suspensão de funções de que era alvo há 42 anos e elogia a coragem do Bispo do Funchal, D. Nuno Brás.
No entanto, o pároco da Ribeira Seca lamenta que tenha sido condenado na praça pública e diz que gostava de ter sido julgado, para que que tivesse oportunidade de se defender. Uma revelação feita em entrevista à Antena 1.
O decreto que põe fim à suspensão de Martins Júnior também considera válidos todos os casamentos celebrados pelo padre nas últimas quatro décadas, fazendo uso de um poder do bispo diocesano previsto no código do direito canónico, a sanação na raiz. Agora cabe a Martins Júnior organizar todos os processos.
Martins Júnior estará à frente da paróquia da Ribeira Seca por dois anos, o tempo necessário para arrumar a casa para um sucessor.
O padre Martins justifica que a passagem pela política, que acabou por lhe provocar a suspensão, aconteceu em circunstâncias especiais. O sacerdote foi deputado à Assembleia Legislativa da Madeira e Presidente da Câmara de Machico. Hoje considera que já não há razões para estar ligado à vida política.
Amanhã assinalam-se os 50 anos da chegada do Padre Martins à Ribeira Seca, de onde nunca saiu, apesar de suspenso, em 1977.