O principal partido da oposição na África do Sul, a Aliança Democrática (DA), apresentou hoje uma moção para dissolver o parlamento, que a ser aprovada obrigará à realização de eleições antecipadas.
“O ANC (Congresso Nacional Africano, no poder) está disposto a fazer tudo para proteger o Presidente Jacob Zuma”, disse John Steenhuisen, líder da bancada da DA.
“Tem de ser dada aos sul-africanos a oportunidade de fazerem ouvir as suas vozes nas urnas”, adiantou.
A DA anunciou na quarta-feira a apresentação da moção, um dia depois de Zuma ter sobrevivido à sétima moção de censura, a primeira em que os deputados puderam pronunciar-se por voto secreto.
Embora dezenas deputados do ANC tenham apoiado a moção, o partido voltou a proteger Zuma e a proposta foi rejeitada por 198 votos contra, 177 a favor e nove abstenções.
A moção de censura acusava o chefe de Estado de corrupção – tem 738 crimes pendentes na Justiça – e responsabilizava-o por uma crise económica que fez perder o emprego a dois milhões de pessoas no país, desde 2009, ano em que chegou ao poder.
A moção de dissolução exige 201 votos dos 400 do parlamento, onde o ANC ocupa 249 lugares.
A proposta refere que alguns deputados do ANC “já não representam as esperanças e aspirações do eleitorado” e “mostram uma fidelidade cega ao Presidente Jacob Zuma e à organização que ele lidera”.
Para o ANC, a DA está a tentar subverter a vontade dos eleitores sul-africanos ao pretender dissolver um governo que conquistou 62% dos votos nas eleições de 2014.
O ANC deve substituir Zuma como seu líder numa reunião em dezembro, mas o seu mandato como chefe de Estado continua até às eleições em 2019.
LUSA