O anúncio foi feito pela coordenadora Humanitária para a Ucrânia, Osnat Lubrani, que informou que essa verba será proveniente do Fundo Humanitário da Ucrânia (UHF, na sigla em inglês), e visará o apoio a organizações não-governamentais (ONG) e agências das Nações Unidas, para que continuem a "expandir o seu trabalho de salvar vidas".
De acordo com o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês), esta é a maior alocação na história do fundo, criado em 2019.
“Graças ao apoio oportuno dos nossos doadores, estes fundos irão permitir-nos alcançar milhões de pessoas – principalmente nas regiões mais afetadas no leste do país – com o apoio de que precisam para sobreviver e enfrentar provavelmente um dos maiores desafios das suas vidas”, disse hoje Osnat Lubrani, durante uma conferência de imprensa em Lviv.
A coordenadora Humanitária informou ainda que parte dos fundos será direcionado para prevenir qualquer forma de violência de género e apoiar sobreviventes, ao destacar os desafios e riscos específicos enfrentados por mulheres e meninas na Ucrânia na guerra, num momento em que se multiplicam os relatos de violações sexuais.
Com este novo desembolso, os fundos humanitários do OCHA terão alocado mais de 158 milhões de dólares (145,7 milhões de euros) para operações de salvamento na Ucrânia desde a invasão da Rússia em 24 de fevereiro, incluindo quase 98 milhões de dólares (90,3 milhões de euros) do UHF e 60 milhões de dólares (55,3 milhões de euros) do Fundo Central de Resposta a Emergências, segundo dados da ONU.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de cinco milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU – a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.