"Eu estou profundamente perturbada com o aumento de escalada da violência no Sri Lanka depois de apoiantes do primeiro-ministro terem atacado manifestantes pacíficos em Colombo no dia 09 de maio assim como os ataques contra os membros do partido no poder", afirma a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos Michelle Bachelet, através de um comunicado.
Sete pessoas morreram nos incidentes, entre os quais um membro do Parlamento e dois funcionários locais, e cerca de 250 pessoas ficaram feridas, de acordo com o balanço de vítimas apresentado por Michelle Bachelet.
Anteriormente, a agência de notícias France-Presse (AFP) tinha confirmado cinco mortos.
"Condeno toda a violência e exorto as autoridades a realizarem uma investigação independente, detalhada e transparente. É fundamental que os responsáveis, incluindo os que incitaram ou organizaram a violência, sejam responsabilizados", sublinhou a ex-chefe de Estado do Chile.
Bachelet pediu também ao Exército para fazer respeitar recolher obrigatório com "moderação" e a garantir que as medidas de emergência implementadas "respeitem os padrões internacionais de direitos humanos" e não sirvam para "amordaçar a oposição" impedindo manifestações pacíficas.
"Exorto o governo do Sri Lanka a comprometer-se no diálogo sério com todos os setores da sociedade para que se encontrem avanços e no sentido de se enfrentarem os desafios sociais e económicos que afetam as pessoas, especialmente as mais vulneráveis", disse ainda Michelle Bachelet.
A Alta Comissária indica que as Nações Unidas vão continuar a acompanhar a situação com proximidade frisando que tem esperança "numa solução pacífica face à crise".
Milhares de soldados e agentes de polícia estão envolvidos nas medidas ligadas ao recolher obrigatório que começa hoje, um dia depois de o primeiro-ministro Mahinda Rajapaksa ter renunciado ao cargo na sequência dos confrontos mortais entre os apoiantes e manifestantes da oposição.
O Sri Lanka enfrenta a mais grave crise económica desde a independência, em 1948, com escassez de combustíveis e de medicamentos.
O país habitado por 22 milhões de pessoas tem enfrentado nas últimas semanas manifestações de protestos a pedir a demissão do governo.