“Mesmo com os compromissos atuais, ainda caminhamos para um desastroso aumento de 2,4 graus na temperatura até ao final do século. Estamos à beira do abismo”, declarou Guterres.
No entanto, Guterres indicou que ainda é possível evitar os piores impactos das alterações climáticas, se houver cooperação e se a recuperação após a pandemia do novo coronavírus for aproveitada para entrar "num caminho mais limpo e verde".
“Isso permitirá que os países desenvolvidos e em desenvolvimento se mobilizem para reduzir as suas emissões a zero até a metade do século e criar resiliência às mudanças que virão”, disse.
Guterres vê alguns sinais encorajadores, como os países que respondem por 68% da economia global e 61% das emissões comprometerem-se a alcançar em meados do século o fim das emissões de efeito estufa.
No entanto, o secretário-geral da ONU disse que é ainda mais necessário caminhar para essa meta, sendo que até 2030 as emissões precisam ser reduzidas em 45%, em relação aos níveis de 2010, para atingir a meta de emissões zero em 2050.
Entre as prioridades para atingir esse objetivo, Guterres mencionou o abandono do carvão, o mais tardar em 2030 pelos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e até 2040 para todo o mundo.
Além disso, Guterres enfatizou que a mudança para a energia renovável deve ser uma "transição justa, envolvendo governos locais, sindicatos e o setor privado para apoiar as comunidades afetadas e gerar empregos verdes".